domingo, 5 de dezembro de 2010

Trabalhando o desapego

 
De acordo com os dicionários, desapego é sinônimo de desinteresse, indiferença e desprendimento. Trabalhar o desapego é o esforço que precisamos fazer quando saímos de um relacionamento para nos acostumarmos sem aquela pessoa. É o início de uma nova fase; é meio como começar carreira solo.

Eu faço o possível pra facilitar o meu lado; a primeira coisa é sumir com tudo que me faz lembrar da gente: guardo fotos, arquivo emails e boto certos cds e dvs de castigo por tempo indeterminado. É claro que isto não garante que não vou lembrar mais, mas pelo menos facilita um pouco.

Algumas pessoas conseguem continuar convivendo com a pessoa após o rompimento e transformar de imediato o amor em amizade. Eu não consigo! É como naquela música do Skank: "te ver e não te querer é improvável, é impossível". Pois é... pra mim, ver e não poder beijar, abraçar e saber que é meu, é como para um diabético ir a uma confeitaria e não poder comer... pra quê se torturar?

Eu também gosto de fazer pequenas mudanças no meu visual ou na minha casa; me vestir um pouco melhor, perder uns quilos (como sempre), trocar um móvel da sala, de repente mudar o cabelo... 

Uma coisa que não faço é deixar de ir a algum lugar por falta de companhia; na verdade como sempre tive longos períodos sem namorado me acostumei a ir ao cinema, shopping, happy hour com amigos e até viajar sozinha. Desapegar é desprender...
Mas quando a solidão bate, às vezes as pessoas apelam...
No ano passado eu resolvi me cadastrar num destes sites de solteiros (onde infelizmente nem todo mundo é solteiro). Recebi um milhão e meio de emails (talvez não tenha chegado a tanto). Os mais variados tipos de pessoas, todos muito interessados e cheios de elogios à minha pessoa. A grande maioria eu nem respondi. Num belo dia uma colega me perguntou se eu tinha recebido algum retorno do meu cadastro e eu contei ingenuamente: tenho recebido vários emails, mas até agora nada de bom: ou o cara é mal-humorado, fumante, depressivo, abusado, alto demais, gordo demais, enfim: nenhum despertou o meu interesse. A resposta dela caiu como um piano na minha cabeça: mas será que nenhum presta ou tu que não tá querendo encontrar ninguém! Depois de me recobrar do choque eu pensei bem e descobri que na verdade eu ainda não estava preparada; no fundo eu buscava um clone do ex (e obviamente não achei). Eu até troquei uns emails com uns caras legais mas que naquele momento só despertaram a minha amizade. Mas a experiência foi muito boa porque levantou a minha auto-estima, eu percebi que tenho qualidades suficientes pra despertar o interesse de outras pessoas e isto me fez bem. Eu vi que eu não estava sozinha porque era feia, burra, mal-humorada ou chata e nem precisava ter medo de ficar sozinha pra sempre por falta de alguém que me quisesse.

Pensando bem, ficar um tempo “avulsa” não precisa ser ruim e muito menos triste. 
O bom é aproveitar o período do desapego pra focar em nós; pensar em como somos, no que podemos melhorar e do que precisamos pra sermos felizes... Sem pressa...

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