sábado, 26 de outubro de 2013

A perda irreparável da minha sombrinha




Quarta-feira choveu muito no final da tarde; praticamente uma tempestade! Cheguei em casa bem molhada, mas teria sido pior sem a minha sombrinha, companheira de um ano. É difícil uma sombrinha durar um ano, normalmente elas quebram ou são perdidas em alguns meses, mas a minha durou. Eu cuidava bem dela, porque ela era especial pra mim, eu comprei em Lucerna, na Suíça. 

A sombrinha era comum, da mesma qualidade das sombrinhas do Brasil; era vermelha e tinha o nome de várias cidades da Suíça escritas com letras brancas. Os turistas chegam na Suíça e só pensam em comprar duas coisas: relógios (que poucos podem comprar) e chocolates (que compram em grande quantidade); quando estivemos lá, além de muito chocolate, quase todos do grupo compraram sombrinhas, porque estava chovendo bastante.

Mas, voltando à narração da perda, na quinta-feira não estava chovendo, mas mesmo assim decidi levar a sombrinha comigo para o caso de chover de novo. Eu estava segurando na mesma mão as alças da minha bolsa e a cordinha da sombrinha. Quando subi no ônibus lotado, fui direto para a roleta; quando eu estava passando percebi que a sombrinha tinha sumido! Na minha mão só restaram as alças da bolsa e a cordinha, presa naquela pecinha de plástico de segurar. Olhei para o chão do ônibus mas não vi nada vermelho (acho que ela caiu na rua, no momento em que eu subia no ônibus). Me senti meio ridícula segurando aquela cordinha! Na hora lembrei daquele personagem humorístico que caminhava pela rua puxando uma corda e falando com um cachorro que não existia. 

Eu fico pensando: por que eu não carreguei a sombrinha dentro da bolsa? Bom agora é tarde, não adianta chorar pela sombrinha perdida. Vão-se as sombrinhas, ficam as cordinhas.


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Conversando com os animais



Hoje cedo quando eu estava esperando o ônibus, vi uma mulher saindo de um edifício com um cachorro. Ela tentava prender a guia na coleira do cachorro, mas cada vez que se aproximava o cachorro se afastava e ela dizia “espera!”. Depois de três tentativas frustradas a mulher diz pro cachorro: “Max, será que tu não entende o que é espera?” Eu pensei: claro que não, ele é um cachorro! Porque ela estava tão surpresa ao ver que o cachorro não entende uma palavra do vocabulário dos humanos? Afinal, ele é um cachorro! O “idioma” dele é completamente diferente do nosso! Por acaso ela entende quando ele late?

Na hora lembrei de um vídeo que assisti ontem, onde um repórter entrevista duas mulheres que tiveram a galinha de estimação roubada. Uma delas contou que a galinha era muito inteligente, que quando ela perguntava pra galinha “Cadê a princesinha da mamãe?” a galinha respondia “cócócócó”.  E o que a galinha ia fazer se não fosse inteligente? Ia relinchar? Galinha só sabe “dizer” cócócócó!

Muitos donos se apegam tanto aos animais que vêem neles características humanas; como a minha amiga que diz que a cadelinha dela adora passear de carro, que ela fica na janela “rindo pra todo mundo” (ela é bem simpática mesmo!) 

Pensando bem, se eu tivesse um bicho de estimação, provavelmente também falaria com ele! Não que eu achasse realmente que ele estava entendendo o que eu falava, mas só por instinto de comunicação. 

Isto é maluquice? Não!

É solidão? Não! (bom, às vezes até é, mas nem sempre).

Isto é comunicação (e amor).