segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Zebras Natalinas


Não, eu não bebi. Não estou confundindo os bichos e achando que o trenó do Papai Noel é puxado por zebras: claro que não, aquelas são as renas. 

Zebra é como chamamos situações que não saem como gostaríamos. Este Natal foi cheio de situações deste tipo. 

Primeira zebra: o dia 24 foi cair justo num sábado! É claro que isto tem que acontecer de tempos em tempos, mas ninguém merece, né? Coisa mais sem graça!

Mas, de qualquer jeito, quando foi se aproximando dezembro, eu fui me enchendo de esperanças: eu tinha certeza que a empresa onde eu trabalho ia dar alguma folga! Pelo menos podia metade da equipe folgar na sexta, antevéspera do Natal, e a outra metade na sexta que antecede o Ano Novo! Muito simples! 

Segunda zebra: ninguém ganhou folga! Eu até já tinha reservado uma pousada na praia a partir de quinta: se em último caso eu não ganhasse folga a minha mãe e a minha filha podiam ir na quinta e eu iria na sexta à noite. Foi exatamente o que aconteceu: só pude ir pra praia na sexta, depois das 18h. 

Mas tudo bem! Ainda tinha o sábado e o domingo pra pegar uma cor, ficar sentada na areia olhando as ondas do mar, relaxando... que delícia!

Terceira zebra: a partir da noite de sexta a temperatura caiu uns 15 graus e choveu até domingo à tarde. A gente só conseguia sair para comer (de casaco) e acabávamos tendo que voltar pro apartamento. O mar eu só vi de longe, de dentro do restaurante onde almoçamos domingo! 

Eu não gosto de reclamar, mas tem hora que não dá pra evitar: pô São Pedro! Tinha que chover justo no Natal? A grande maioria das pessoas que estavam na praia no final de semana não estava de férias e só tinha aqueles dois dias pra pegar um solzinho! 

Custava deixar pra chover na segunda-feira? 

Sacanagem, né?


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Gente sem noção - A dorminhoca



Muita gente dorme no ônibus; normal, tem os que ficaram acordados até tarde estudando, trabalhando ou fazendo festa; os que passaram a noite em claro com o filho pequeno, uma dor de dente ou uma baita insônia... tudo bem aproveitar aquele tempo ocioso pra recuperar as energias. 

Passageiro dormir em ônibus é bem comum, mas eu já peguei algumas vezes um ônibus onde a cobradora também dorme. 

É muito desagradável, até irritante! Ela fica sentada naquela poltroninha alta, onde todo mundo pode vê-la cochilando: como é que ela não fica com vergonha? 

Quando algum passageiro se aproxima da roleta ela acorda e faz um tremendo esforço mas só consegue abrir os olhos até a metade, como se as pálpebras fossem uma cortina semi-aberta. 

Quando chega mais para o final do trajeto do ônibus, onde ela sabe que quase ninguém mais vai subir até o fim da linha, ela se ajeita na poltrona, recosta a cabeça e dorme descaradamente! 

Como é que ela não vê que é um absurdo dormir no horário e no local do trabalho? 

Que empresa pagaria um salário para que seu funcionário dormisse? 

E se ela contratasse alguém para fazer qualquer trabalho na sua casa e a pessoa simplesmente dormisse? Ela ia achar normal?

Cada vez que eu pego o ônibus desta cobradora eu penso: a não, é o ônibus da cobradora dorminhoca!

Menos mal que ela é cobradora, já pensou se fosse motorista?


sábado, 12 de novembro de 2011

Tatuagens emocionais


Existem sentimentos que são tão intensos e duradouros que são como tatuagens emocionais.
 
O amor por nossos filhos está gravado tão profundamente em nós que nada é capaz de apagar; a saudade de um pai ou irmão já falecidos vão nos acompanhar pela vida inteira; a lembrança de um grande amigo ou alguém que amamos muito resiste ao tempo e à distância. 

Existem pessoas e lembranças que ficam como cicatrizes no nosso coração: só que não são cicatrizes de ferimentos e sim lindas marcas de sentimentos felizes e verdadeiros.

Assim como as tatuagens, podemos não “olhar” para estes sentimentos todos os dias, mas sabemos que eles existem e fazem parte de nós. 

As tatuagens feitas na pele e as tatuagens emocionais se perpetuam em nós, a diferença é que umas são percebidas por todos e outras são invisíveis aos olhos. 

As pessoas podem ver e avaliar desenhos na pele, mas ninguém sabe o tamanho nem a beleza de uma marca emocional; tatuagens na pele já podem ser retiradas a laser, mas certos registros em nossos corações ninguém consegue apagar (nem nós!).

Neste mês fiz minha primeira tatuagem! A minha filha me disse que iria fazer uma tatuagem em minha homenagem com as palavras “Tutto per me”.  Fiquei tão feliz que decidi retribuir a declaração de amor dela e fazer uma tatuagem igual, já que ela realmente é (sempre foi) tudo pra mim.

Agora, o sentimento mais presente no meu coração e na minha lembrança foi materializado e pode ser visto por qualquer pessoa. Os outros continuam guardados, só pra mim...


 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Pior sem eles


Eu uso óculos para enxergar de perto a uns 3 ou 4 anos e hoje foi a primeira vez que eu os esqueci em casa.

Saí pra trabalhar na hora de sempre, peguei o ônibus lotado de cada dia e como normalmente acontece, lá pela metade do percurso um banco ficou vazio e eu consegui sentar. Abri imediatamente a bolsa, peguei o livro que estou lendo e quando abri o estojo dos óculos a surpresa: vazia! Neste momento eu pressenti que seria um longo dia!

A primeira coisa que me passou pela cabeça foi voltar pra casa pra buscar os óculos, mas se eu fizesse isto acabaria chegando ao trabalho com quase duas horas de atraso (má idéia pra quem está em emprego novo). 
 
Cheguei à empresa, sentei em frente ao meu computador e pensei: vai começar o martírio... mas vamos lá, tudo vai dar certo, são 8 horas da manhã e só faltam 9 pra eu ir pra casa (ops, lembrei de mais um detalhe: é dia de encontrar o pessoal do curso de inglês pra estudar! Tá feia a coisa pro meu lado!).

Contei só pras colegas mais chegadas (é claro que eu não ia contar pros chefes e colegas novos que tinha esquecido os óculos e não estava enxergando quase nada!) Por sorte, como eu só uso os óculos na frente do computador, ninguém percebeu nem me perguntou nada. 

Quando fui almoçar com a minha colega olhei para o buffet de comidas e disse: olha, hoje tem batatas fritas! Ela olhou pra onde eu apontava e me olhou de volta rindo: aquilo não é batata frita é massa penne! (ri de mim mesma e depois contei pras outras amigas o acontecido). No começo da tarde o meu gerente me chamou para uma reuniãozinha e pediu que o ajudasse a responder a um email importante. Desta vez me saí bem: eu ia dando minhas sugestões e olhando pra tela sem deixar transparecer que não estava enxergando nada do que ele digitava. 

No final do dia eu estava com dor de cabeça mas um grande alívio: eu sobrevivi à dificuldade! Tinha conseguido trabalhar o dia todo e cumprir todas as minhas tarefas; a princípio só fiz uma besteira que foi mandar um email pra pessoa errada, que me devolveu demonstrando não ter entendido a minha mensagem. Talvez amanhã eu descubra algum erro que hoje eu não enxerguei (literalmente).

Este dia foi bom pra eu me dar conta das minhas limitações! Como é estranho e como causa insegurança não estar nas condições normais e ter muita dificuldade pra fazer as mesmas coisas que faz todos os dias com tanta facilidade. 

Foi difícil mas passou! Cheguei em casa e o bonito estava bem quietinho ao lado do meu computador! (olhei pra ele e disse: “Custava ter me avisado que tava aí antes de eu sair de casa?” 

A conclusão é simples: às vezes é difícil conviver com eles, mas a vida fica bem pior sem eles (os óculos!)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Novas necessidades

Quando eu era criança, a televisão era em preto e branco e a gente não só adorava como não imaginava a possibilidade de existir imagem colorida. Hoje não conheço ninguém que ainda tenha uma TV em preto e branco em casa.

Quando não existia celular, a gente achava normal só conseguir falar com alguém quando a pessoa estivesse em casa ou no trabalho; o fato de não podermos nos comunicar com alguém enquanto a pessoa estivesse na rua normalmente não chegava a causar nenhum grande problema. Hoje, se a gente liga para o celular de alguém e a ligação não é atendida, já causa preocupação e muitas vezes até irritação: “pra que ter celular se não atende”? 

E a máquina fotográfica? A gente precisava utilizar o filme todo para poder mandar revelar e muitas vezes o filme queimava e não se aproveitava nenhuma foto. Hoje a gente vê na hora se a foto ficou boa e descarta as que saímos com olhos fechados ou que ficamos gordas ou feias (sim, porque ninguém quer arriscar que uma foto feia venha a público). 

E os computadores? Eu sou do tempo da máquina de escrever! Quando surgiu o computador e a gente pôde imprimir o que digitava já foi o máximo, mas agora a gente nem precisa imprimir um texto, basta enviar por email (além de fotos, vídeos, músicas, etc...).

Não estou tendo um surto saudosista não! Não é uma questão de saudade, eu só estava pensando que a gente vive muito bem com o que tem, até que conheça algo melhor. Não é mesmo?  

Pensa bem: a gente estava bem com o telefone fixo, a TV em preto e branco,  a máquina fotográfica e a de escrever, mas depois de conhecer o celular (cada vez com mais funções), a TV colorida (cada vez maior), a câmera digital e o computador, o que a gente tinha passou a ser insuportável. Quem consegue ficar satisfeito com o que tinha antes (e era satisfatório) depois de experimentar algo melhor? E gozado que em pouco tempo a gente se acostuma e deixa de ser tão especial, passa a ser o normal que atende as necessidades (pelo menos até que apareça coisa melhor).

Já ouvi pessoas dizerem: “acho que não vou, tô sem carro hoje”. Como assim? Antes de ter carro passou anos andando de ônibus e não deixava de ir a lugar nenhum!

Tem gente que volta de um feriado prolongado e diz: “hoje foi difícil acordar; não estava mais acostumada a acordar cedo.” O ano todo acordou cedo e só porque dormiu mais durante quatro dias de folga já “desacostumou”? 

Como é fácil acostumar com o que é bom!

Eu fico tentando imaginar que necessidades eu ainda nem sei que eu tenho e alguém vai achar um jeito de satisfazer.

O que será que eu ainda não conheço, não me faz a menor falta, mas depois que eu conhecer não vou mais poder me imaginar sem? 

Não sei, mas que vai acontecer vai.

sábado, 8 de outubro de 2011

Sou uma criança madura

O aspecto mais bonito da infância não é a inocência? A criança acredita em tudo que lhe é dito, nunca imagina que alguém possa desejar o seu mal, apóia cegamente os seus amigos e é fiel a eles incondicionalmente. 

Estas características vão se modificando com o passar dos anos, de acordo com as experiências pelas quais a pessoa vai passando; alguns amadurecem muito cedo, mas eu mantive estas características intactas por muito tempo.  

Eu sempre acreditei que todas as pessoas eram boas e bem intencionadas e que quando magoavam ou prejudicavam alguém, o faziam sem intenção.   

A minha reação quando uma pessoa era grosseira comigo ou de alguma forma me atingia, sempre foi a de desculpar sem nem ao menos esperar (ou receber) um pedido formal de desculpas. Eu achava que seria mesquinho ou hostil da minha parte confrontar a pessoa e sempre decidia relevar e esquecer, numa espécie de “política de boa vizinhança” com toda a humanidade. Agora eu demonstro minha insatisfação quando sou destratada. Eu posso desculpar, se a pessoa demonstrar arrependimento e mudar seu comportamento, mas também posso me afastar sem culpa de quem não mostrar intenção de me tratar bem.   

O que mudou? Não sei bem, mas parece que comecei a prestar mais atenção e a perceber que nem todas as pessoas são boas o tempo todo. Tá bom, eu me rendo: existem pessoas que invejam o que os outros possuem, que se incomodam em ver alguém se dar bem e que não se importam em ferir os sentimentos dos outros pra conseguirem alcançar o que querem. 

Acho que minha porção criança está diminuindo e minha porção adulta está ocupando um espaço maior; minha tolerância foi diminuindo à medida que minha auto-estima foi aumentando.

Continuo disposta a tratar bem todas as pessoas, mas agora eu vejo que não é errado eu esperar delas a mesma atitude em relação a mim.  

Meu lado criança continua sendo amiga fiel, adorando desenhos animados, rindo de piadas ingênuas; meu lado adulto agora exige ser bem tratado. 

Ainda acho que a maioria das pessoas são bem intencionadas, mas agora enxergo a minoria que desrespeita ou não se importa. A minoria não vai me deixar amarga e desconfiada, mas também não vai mais passar despercebida.

Ainda sou criança, mas agora uma criança madura.

sábado, 24 de setembro de 2011

Pelado

Acho maravilhoso como um autor consegue dizer coisas profundas com palavras simples; melhor ainda quando a letra da música é engraçada e todo mundo canta sem nem perceber o lado inteligente do que está sendo dito.

Comecei a pensar nisto um dia destes, quando ouvi a música Pelado, do Ultraje a Rigor. Esta música de  letra divertida e ritmo agitado marcou muitos jovens dos anos 80, que como eu, ainda sabem a letra e sentem vontade de cantar e dançar junto.

A música fala da indignação e intolerância das pessoas e autoridades com a nudez do corpo enquanto existem pessoas "nuas" de comida, educação e condições de saúde.

Só por dizer isto de forma criativa a música já mereceria elogios, mas ela vai além... ela diz que “ por baixo da etiqueta é sempre tudo igual”! E não é? Todo ser humano não nasce com os mesmos “itens de fábrica”? Duas pernas, dois braços, uma cabeça; dois pulmões, um fígado e um coração... 

Ah, é claro que existem diferenças entre o corpo do homem e o da mulher, mas entre todos os homens e entre todas as mulheres não é basicamente tudo igual?

E tem mais... todas as pessoas possuem as mesmas necessidades básicas, como comer, beber, respirar; todos transpiram, fazem suas “necessidades”, possuem instintos de sexo e de sobrevivência.

É verdade que o ser humano é muito complexo e que existem pessoas completamente diferentes em termos de personalidade, caráter e ambições... Mas no fundo, simplificando tudo, o que todo mundo quer não é muito parecido? As pessoas priorizam de forma diferente as suas necessidades e objetivos, mas existe alguém que não queira ter saúde, paz, realização e sucesso profissional, amigos, família e amor?

Somos muito iguais para perder tempo focando nas diferenças, como nível social e intelectual, aparência, condições financeiras; isto tudo é detalhe, vamos focar no que realmente importa e diferencia as pessoas, que é o que elas trazem no coração, o bem que fazem e desejam para si e para os outros... a bondade e o caráter fazem um ser humano melhor, o resto é tudo igual.






sábado, 10 de setembro de 2011

Um dia de cada vez

Na semana passada eu assisti novamente o filme Click, com o Adam Sandler, onde o personagem encontra um controle remoto capaz de acelerar o tempo, pulando períodos da vida que parecem menos importante e indo direto para momentos especiais, como promoções e aquisições. Depois de algum tempo ele descobre que o que no início parecia bom acabou não valendo a pena, porque ele fez sua vida passar mais rápido, sem dedicar tempo para cuidar da sua saúde e sem aproveitar o dia-a-dia com as pessoas da sua família.

Este filme me fez pensar que muitas vezes ficamos torcendo para que o tempo passe rápido para vivermos logo uma situação ou conquista prevista para meses ou anos à frente.  

No início da gravidez já começamos a querer que chegue logo o dia do nascimento para podermos ver e segurar o nosso bebê. Nos primeiros meses já começamos a pensar na festa do primeiro aniversário e em como será bom quando ele começar a andar e a falar. 

Quando estamos estudando ficamos desejando que o semestre ou o ano letivo acabe logo, já pensando no certificado e na formatura.

Quando trabalhamos, ficamos ansiando pelo final de semana, pra podermos descansar, pelo final do mês para recebermos o salário, pelas férias para podermos viajar...

Quando compramos um imóvel, um carro ou fazemos qualquer outro tipo de prestação, ficamos pensando em como vai ser bom quando quitarmos o débito. Há uns 3 anos atrás eu comentava que quitaria um financiamento em dezembro de 2011 e me perguntaram se eu não estava louca para que chegasse o dia da última prestação; eu respondi que não, porque quando chegasse este dia eu já teria 47 anos e eu não tinha pressa de chegar nesta idade.

A cada ano que passa eu tenho a impressão de que os meses passaram mais rápido... Os dias continuam tendo 24 horas e as semanas 7 dias, mas talvez pelo fato de estar sempre focando no futuro eu tenha a impressão de que o tempo está passando mais depressa. Mas qual é a vantagem do tempo passar tão rápido? Cada semana ou mês que passa não vai voltar mais! É a nossa vida que está passando e a gente está com pressa?

Muitas vezes colocamos nossa felicidade no futuro, mas o futuro é um “lugar” que só existe na nossa imaginação; devemos sim fazer planos, traçar metas e seguir os passos necessários para alcançarmos o que queremos, mas sem esquecer de aproveitar o presente.

Se eu pudesse ter um controle remoto do tempo, com certeza só usaria a tecla de voltar: reviveria momentos dos quais tenho saudade e conversaria com pessoas que já não posso encontrar.  

Amanhã vem depois de hoje... vamos viver um dia de cada vez... 


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Tenho todas as idades que já tive



Me dei conta de que não tenho apenas a minha idade atual, tenho todas as idades que já tive guardadas dentro de mim, convivendo, dentro do possível, em harmonia.

Se eu só tivesse meus quarenta e vários anos, seria sempre madura, constantemente tranqüila, forte, serena, segura...

Eu tenho sim esta maturidade, mas também ainda tenho apenas dois anos, e às vezes quero colo e preciso que alguém me cuide e proteja.

Tenho os 3 anos da famosa idade dos porquês, com muita coisa pra perguntar e tentar entender.

Tenho os 7 anos de quem está entrando na escola, ao mesmo tempo com vontade de aprender tudo e com medo de não ser capaz.

Tenho os 10 anos de quem adora as festas em família e quer passar todo tempo que pode com as amigas.

Tenho os 15 anos dos sonhos românticos com o “príncipe encantado”, da vontade de ter a vida “invadida” por alguém que ocupe os espaços vazios e prometa amor eterno.

Tenho os 20 anos da vaidade, da vontade de me cuidar e querer me sentir bonita.

Tenho os 25 de quem recém foi mãe, que além de dar muito amor quer garantir saúde, segurança, educação; quer transmitir os melhores valores e garantir a felicidade, mas no fundo morre de medo de não dar conta do recado.

Tenho os 30 anos de quem pensa em estabilidade: bom emprego, casa própria, poupança...

Tenho os 35 de quem já não se vê tão jovem e se incomoda com rugas, cabelos brancos, celulite... 

Tenho os 40 de quem já não se acha mais tão atraente e tem medo da velhice e da solidão.

Eu sou todas as minhas idades e convivo com todas as necessidades, medos e qualidades que já tive... 

Sou forte e madura, mas não o tempo todo.

Não tenho todo o conhecimento que pretendia ter quando chegasse a esta idade, porque ainda tenho muito a aprender.

Ainda não tenho tudo que quero, mas ainda tenho muita força pra continuar buscando.  



domingo, 21 de agosto de 2011

Foco no positivo



Não sei se sou eu que ando mais sensível, mas tenho percebido uma necessidade das pessoas em falar de coisas negativas, como se tudo estivesse errado e nada pudesse melhorar.

É claro que existem problemas, violência, corrupção, ignorância, doenças, desemprego; eu também enxergo tudo isto e não quero mascarar nada, mas não preciso passar o tempo todo focada no que não está bom. 

Tenho percebido posturas extremamente negativas, pessoas amargas e agressivas e não vejo no que este tipo de postura ajuda alguém. Estas pessoas se justificam alegando que seu objetivo é de alertar, protestar, demonstrar sua insatisfação. Tudo bem, todo mundo tem o direito de expressar sua opinião, mas é necessário tanta negatividade?

Um dia destes ouvi uma jovem comentar sobre pessoas de um determinado estado: “é tudo grosso e ignorante”. Como assim? Não existe um estado, nem um bairro, nem mesmo uma rua onde todas as pessoas são ignorantes. Que jeito grosseiro e equivocado de falar! Também já li em redes sociais pessoas ridicularizarem quem tem determinada crença,  gosto musical ou preferência alimentar.

Alguém já percebeu que existem mais comunidades no Orkut do tipo “eu odeio” do que do tipo “eu adoro” ou “eu amo”? Porque as pessoas preferem expressar o que não gostam do que o que gostam? 

Tem gente que ao invés de dizer que está feliz com a vitória do seu time prefere ridicularizar a derrota do outro; ao invés de valorizar sua preferência musical, política ou religiosa, prefere dizer que quem pensa diferente é burro ou ingênuo.

Será que existem pessoas superiores, que gostam de tudo o que realmente é bom e quem tem gosto diferente é inferior?  Não seria presunção alguém achar que o seu gosto é bom e o dos outros é ruim? Quanta arrogância!

Porque eu vou achar que quem tem um gosto diferente do meu é inferior? Existem muitas pessoas que eu gosto e admiro e pensam diferente de mim em relaçào a algumas coisas. Porque alguém precisa menosprezar ou ridicularizar outra pessoa por pensar diferente? Não é este tipo de pensamento intolerante que é a base da discriminação racial e sexual?

Proponho uma mudança de postura: vamos deixar os ambientes (mesmo os virtuais) mais leves e positivos. Vamos falar mais do que gostamos do que do que não gostamos. Quando tivermos que comentar que não gostamos de determinada coisa vamos fazer com delicadeza, lembrando sempre que não existe motivo nenhum para ser agressivo com quem pensa diferente. 

Ninguém é melhor ou pior por ter determinada preferência, só é diferente.

Ninguém ganha nada em ouvir ou ler palavras negativas e rancorosas, pelo contrário, algumas pessoas se deixam contaminar e se tornam agressivas e negativas; e isto de alguma forma vai melhorar o mundo ou as suas vidas? Se elas acharem que tudo está errado e nada pode ser mudado não vão ter menos motivação para lutar e tentar melhorar suas vidas?

Se for pra contaminarmos alguém que seja de energia positiva; se for pra reunir um grupo, que seja em torno de uma boa causa; se for pra passar idéias, que sejam de esperança e motivação.

Vamos tentar?


sábado, 13 de agosto de 2011

Pais e filhos


Não pretendia escrever sobre o dia dos pais, mas a proximidade da data, os inúmeros comerciais de TV mostrando pais e filhos e todas as mensagens que as pessoas divulgam nas redes sociais me fizeram pensar no assunto.

Eu não queria falar sobre pais porque apesar de fazer quase vinte anos que perdi o meu estas datas especiais ainda me sensibilizam, e nestes momentos a saudade cresce ainda mais.

Lembrando do meu pai me dei conta de como ele me transmitiu ensinamentos; muito mais através de suas atitudes e exemplos do que de palavras.

O meu pai era um homem bom, que sempre fazia o que podia para ajudar alguém que estivesse com alguma dificuldade. Ele era muito otimista: sempre acreditava que os problemas se resolveriam e que ele enxergaria as soluções no tempo certo. Ele era desprendido; repartia o que tinha com as pessoas que gostava; emprestava o carro, a casa da praia e entregava todo o dinheiro que tivesse no bolso se um amigo estivesse precisando. Ele era um homem de caráter, incapaz de enganar, tirar proveito ou fazer alguma coisa para prejudicar alguém.

Mesmo o melhor pai do mundo nunca vai ser perfeito... são humanos: erram, fraquejam, enxergam as coisas de maneira diferente de nós; não importa, desde que eles nos deixem perceber que só querem o melhor para nós.

Na juventude às vezes os enfrentamos, questionamos suas idéias, tudo isto é normal... Mas o tempo passa tão rápido enquanto nos envolvemos com nossos estudos, trabalhos, amigos e problemas pessoais, que deixamos pouco tempo pra curtir a companhia deles. E depois faz uma falta!

Para todos os pais, desejo que sejam próximos de seus filhos, independente de morarem ou não com eles. Dêem um jeito de eles saberem que vão estar sempre lá, dispostos a recebê-los e apoiá-los. Não se deixem abater se às vezes seus filhos parecem que não fazem questão da sua companhia, porque só querem estar com os amigos e fazerem seus próprios programas. Não é falta de amor, é apenas juventude: eles estão focados nas próprias vidas e necessidades, querendo aproveitar todas as oportunidades e diversão que a vida pode lhes oferecer. Procure você por eles, crie você os momentos de estar em família: você é o adulto que sabe o quanto é importante a relação de vocês. Eles não sabem que você pode precisar de manifestações de carinho e amor, que você também sente medo e às vezes não sabe o que fazer. Se você acha que não tem sido um pai tão bom quanto gostaria, procure seu filho; converse, faça um programa com ele, escute o que ele tem a dizer... não desista, sempre dá pra melhorar um relacionamento. 

Para todos os filhos, desejo que tenham bons pais: companheiros, presentes, amigos... Não deixem de reservar alguns momentos pra aproveitar a companhia deles, pois podem ter certeza que um dia ainda vão sentir saudade. Peguem leve com o fato de eles pensarem diferente ou terem outras prioridades: eles têm direito de serem eles mesmos tanto quanto vocês.   

Se você acha que seu pai fez tudo certo com você, tente ser como ele com seus filhos; se ele errou muito, tente ser melhor do que ele, mas sem guardar mágoas. 

Se o  seu pai ainda está vivo, converse com ele, tente aproveitar o máximo a relação de vocês; se ele já se foi, guarde os ensinamentos e lembre dele com carinho.

Saudade do meu pai... 



sábado, 30 de julho de 2011

Ficante, namorado e namorido



Atualmente as pessoas não definem seus relacionamentos apenas como namoro, noivado e casamento; além dos namorados, noivos e maridos, agora existem os ficantes e namoridos. 

Mal comparando, podemos dizer que os ficantes estão no “regime aberto”, os namorados no “semi-aberto” e os casados e namoridos no “regime fechado”. Eu digo mal comparando porque nenhum relacionamento é (ou deve ser) uma prisão; a comparação se restringe ao fato de que ficantes se encontram eventualmente, namorados passam bastante tempo juntos mas cada um tem a sua casa e os casados e namoridos moram juntos em tempo integral.  

"Ficante" é um ser que não existe oficialmente: ninguém leva ficante na festa da empresa e nem nas reuniões da família, porque sabe que o convívio com esta pessoa pode durar pouco e não quer ter que ficar dando explicações quando perguntarem por ele.

O ficante não tem direito à nada: não pode exigir exclusividade, não pode reclamar se passou o final de semana sozinho ou se o outro foi a alguma festa e não lhe convidou. 

As pessoas “ficam” durante um tempo, porque sentem atração e afinidades iniciais e querem ter alguma intimidade enquanto se conhecem melhor... Depois de algum tempo, podem se dar conta que a afinidade era superficial e que devem ser (no máximo) amigos, ou decidir dar um up grade no relacionamento e promover as "ficadas" à namoro. 

Uma dupla de ficantes decide namorar quando percebe uma sintonia em gostos e pensamentos; quando passam a querer passar cada vez mais tempo juntos e o desejo de liberdade se torna menor do que o incômodo em pensar naquela pessoa com outro.

Tem gente que prefere nunca namorar, apenas "ficar" com várias pessoas, alegando que é melhor não ter compromisso, mas a maioria dos ficantes profissionais se aposentam quando encontram alguém especial e descobrem o amor...

Não existem regras para o comportamento de ficantes e namorados, mas tem coisas que são próprias de um e de outro relacionamento: os namorados andam de mãos dadas, dormem juntinhos, passam finais de semana juntos, freqüentam as famílias e amigos uns dos outros, possuem expectativa de fidelidade, tiram e divulgam fotos juntos, e, finalmente, o que marca o final da fase de ficante e início do namoro: alteram o perfil nos sites de relacionamento para “namorando”. 

Ficar é superficial e ocasional... Namorar é ter alguém pra trocar presentes em datas especiais, pra preparar surpresas, pra conversar sobre os problemas do trabalho, pra rir juntos por qualquer motivo ou pra ficar em silêncio enroscados no sofá vendo um filme.  

Se o ficante ligar pra te convidar pra uma festa e tu disser que está doente, ele até vai desejar melhoras, mas vai sozinho na festa e é bem possível que fique com outra. Se fosse namorado ia se oferecer pra ir pra tua casa te cuidar ou pelo menos ia te ligar mais tarde para saber se melhorou.  

Se tu estiver triste ou preocupada com alguma coisa o ficante pode nem perceber, e, percebendo, vai tentar transferir o encontro pra outro dia, quando tu estiveres bem. Se fosse namorado ia perceber que tu não está bem pelo teu rosto ou tom de voz e ia fazer questão de saber qual é o problema e tentar te ajudar. 

Ficar é estágio, namoro é carteira assinada. 
Ficante é companhia, namorado é parceria. 

E se o namoro for tão bom que os finais de semana e alguns encontros semanais não forem mais suficiente? E se vier uma vontade de passar junto todo o tempo possível? E se além da companhia quiserem dividir planos, espaço, contas, rotina?  Aí só subindo mais um degrau no relacionamento... 

Alguns decidem fazer uma experiência de morar juntos antes de assinar os papéis, e serem por um tempo namoridos, até estarem prontos pra ser marido e mulher.  Alguns preferem não casar, mas ficar juntos pra sempre (morando juntos ou em casas separadas). 

Não existe o tipo certo e o errado de relacionamento, só tem que ser bom para os dois.




sexta-feira, 22 de julho de 2011

Super do Bem


Um dia destes uma amiga se referiu ao marido como um cara "Super do Bem".
 
Que coisa boa saber que encontrou alguém como ela: uma pessoa muito especial.

“Super do Bem” não é uma característica, mas um conjunto de algumas das melhores qualidades que uma pessoa pode ter.     
 
Merece o título de "Super do Bem" aquela pessoa incapaz de conspirar, prejudicar intencionalmente, desejar ou se alegrar com o mal de alguém.
 
O "Super do Bem" possui um coração puro; é solidário, desprendido, se sensibiliza com qualquer situação de injustiça, doença ou pobreza extrema.

Faz o que puder pra ajudar um amigo ou familiar com problemas e não deixa de comprar um número de rifa ou doar roupas e alimentos pra qualquer pessoa que bata na sua porta.

É uma pessoa de caráter forte (se é que caráter fraco pode ser considerado caráter); faz questão de devolver quando recebe troco errado e não aceita ser beneficiado em detrimento de outros; cede o lugar na fila, elevador ou ônibus pra pessoas em alguma situação de desvantagem, sem que ninguém tenha que pedir ou olhar de cara feia...
 
Além das regras básicas de educação e boa vizinhança, segue as regras universais de ética e gentileza.
 
Estas características já seriam suficientes pra entender que tem muita sorte quem tem este tipo de pessoa como marido, esposa, namorado(a) ou amigo, mas ainda tem mais...
 
O “Super do Bem” é sincero e leal; quando está namorando ou casado(a) é totalmente fiel e dedica à esta pessoa todo o seu respeito e consideração.
 
Pra quem tem uma pessoa assim na sua vida, lá vai uma dica: valorize e mereça esta pessoa; o
“Super do Bem” tem um coração enorme, mas não consegue ficar muito tempo com quem não é como ele. 

O bem atrai o bem e quem é do bem merece o melhor.