segunda-feira, 26 de maio de 2014

Minha torcida




Eu sempre gostei de acompanhar as Olimpíadas pela televisão. Mesmo em esportes que nunca me interessaram, se tiver um brasileiro participando eu torço por ele. É muito natural pra mim... Torcer por um brasileiro é como torcer pela minha família, é torcer “pros meus”, “pros de casa”. 

Se inventassem uma competição com representantes de várias famílias, com certeza eu torceria pra equipe dos “Nunes”. Mesmo que não conhecesse nenhum participante eu sei que automaticamente  simpatizaria com pessoas que têm o meu sobrenome.

Em qualquer tipo de competição entre cidades brasileiras, certamente eu torceria por Porto Alegre; entre estados do Brasil, sem sombra de dúvida eu ia querer a vitória do Rio Grande do Sul. Torcer contra a minha terra? Nem pensar! Seria como torcer contra mim mesma!

Fico surpresa e até um pouco triste quando alguém me diz que vai torcer contra o Brasil na Copa do Mundo deste ano. Como é possível? 

Se não gosta de futebol, tudo bem, não assiste. 
 
Se gosta muito de algum outro país, tudo bem, torce pelos dois. 

Se estás descontente com a forma como o Brasil está sendo governado, torce e trabalha para que pessoas da tua confiança vençam as eleições.

Mas torcer contra o Brasil? Ah, por favor... Não faz isto. 










 

terça-feira, 6 de maio de 2014

Involução humana



O que se espera de um ser humano é que sua vida seja uma constante evolução, que o conhecimento e experiências acumulados façam dele uma pessoa cada vez melhor. Infelizmente algumas pessoas parecem estar no caminho oposto, involuindo ao invés de evoluir. 

Ao mesmo tempo que vejo pessoas atingindo níveis cada vez mais altos de bondade e compaixão, leio na mídia histórias de pessoas cada vez mais duras e violentas; e não estou me referindo aos considerados bandidos e sim a pessoas comuns, a “bons cidadãos” que estão se deixando brutalizar.
Pessoas discutindo no ônibus por bobagem ou brigando a socos com um desconhecido por uma buzinada ou ultrapassagem indevida. Grupos de pessoas surrando e amarrando batedores de carteira em postes, pessoas que se dizem “de bem”, que provavelmente se acham superiores e com direito de “fazer justiça” com as próprias mãos. Onde está a justiça em um grupo agredindo fisicamente uma única pessoa? 

Hoje foi a gota d’água que me levou a querer escrever sobre este assunto. Em uma cidade brasileira, surgiu um boato de que uma mulher estava sequestrando crianças e foi publicado na internet um suposto retrato falado da tal mulher. Por azar, uma moça de 33 anos, mãe de duas meninas, foi considerada parecida com este retrato falado e um grupo de pessoas resolveu “fazer justiça”: amarraram a moça e a surraram tanto que ela foi internada em estado crítico e acabou morrendo.  Não existe nenhuma prova de que alguma mulher esteja seqüestrando crianças na cidade e muito menos que aquela moça tivesse feito alguma coisa errada. Simplesmente alguém lançou um boato e lobos ferozes disfarçados de seres humanos se sentiram no direito de agredir até a morte. E agora? Alguma destas pessoas “de bem” vai se apresentar à polícia e se desculpar com a família pelo engano? Alguém vai ter alguma coisa pra dizer para as filhas ou para a mãe dela? O que estas pessoas fizeram com esta moça inocente pode acabar acontecendo com um filho deles ou de qualquer outra família. 

Esta onda de descontrole emocional tem que parar imediatamente.

Por favor, não se deixe desumanizar. Não apóie e nem mesmo ache justificável qualquer comportamento violento. 

Não use as redes sociais para divulgar palavras duras ou idéias de vingança nem repasse informações que você não tem certeza que são verdadeiras.

Tente fazer a sua parte como membro da raça humana: aja com inteligência e bom senso. Contribua como puder para uma sociedade mais pacífica e solidária e a vida de todos vai ser melhor.


segunda-feira, 24 de março de 2014

O retorno da Princesa




A Princesa é uma cadelinha vira-latas branca com manchas pretas que veio ao mundo com a missão (ou sina) de causar emoções fortes nos seres humanos. Por pouco a vida dela não terminou antes mesmo de completar o primeiro mês. Não se sabe onde ela nasceu nem quem foram seus pais; se escorregou e caiu em um bueiro ou se foi deixada lá de propósito. O que se sabe é que ela “nasceu pela segunda vez” quando um humano de coração imenso percebeu que ela e outro filhotinho (provavelmente sua irmã) estavam presas naquele bueiro. Imediatamente ele começou a tentar tirá-las de lá: tentava alcançar com o braço, com cordas, de todas as formas que podia imaginar mas não conseguia. Todos os dias depois do trabalho ele ia até o bueiro e colocava água e comida pras pequenas. Depois de muitas tentativas conseguiu tirar a primeira cadelinha, para quem ele encontrou um lar com uma família muito especial, um casal jovem que já tinha uma filha e um cachorro e se dispôs a adotar como novo membro da família aquela que batizaram de “Victória”.

Depois de alguns dias, finalmente, aquele filhotinho que passou a ser chamada de Princesa conseguiu ser resgatada e, depois de alimentada e vacinada, também ganhou o lar que merecia: um casal de aposentados (pais daquele humano abençoado que lutou tanto pela vida dela) abriram sua casa no interior do estado e a receberam com todo carinho. A Princesa encheu a casa de alegria, mostrando diariamente o quanto era esperta e carinhosa.  Quando todos já estavam profundamente encantados com a Princesa, aconteceu algo inesperado: o casal teve que viajar e a deixou na casa de um dos filhos, de onde ela conseguiu fugir, provavelmente à procura deles. Imediatamente toda a família e amigos começaram a procurar a cadelinha  pelas ruas, becos e qualquer lugar onde ela pudesse estar. Colaram cartazes pela cidade, ofereceram recompensa, divulgaram o desaparecimento nas redes sociais e até no jornal da cidade.

Foram dois meses de procura, preocupação e esperança; muitas pessoas demonstraram seu apoio; conhecidos e até estranhos se solidarizavam e diziam que também estavam torcendo para que a procura terminasse com sucesso. 

Enfim, depois de 65 dias, o telefone tocou e um senhor que viu um dos cartazes na rua disse que viu a Princesa andando pela estrada e, com medo que ela fosse atropelada, a levou para casa. O reencontro do casal com sua pequena foi emocionante: lágrimas de saudade e de alegria, enquanto a Princesa demonstrava tê-los reconhecido imediatamente, correndo pra eles “fazendo festa”.

Para os descrentes de plantão fica mais uma prova de que existem sim pessoas boas e caridosas, dispostas a doar seu tempo, dinheiro e carinho simplesmente por solidariedade (que Deus os abençoe sempre).

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Minha manifestação



Qualquer pessoa tem o direito de revelar a sua opinião, expressar os seus sentimentos... Alguns gritam palavras de ordem, outros quebram patrimônio público (e privado); têm os que pixam muros e prédios, têm os que enchem as redes sociais com suas palavras duras. Eu? Eu escrevo... é assim que me manifesto melhor.

Fico pensando: por que só quem é contra alguma coisa se manifesta? O Brasil possui milhões de habitantes. Alguns milhares têm se manifestado contra um monte de coisas e eu sinto que quem pensa diferente também deveria se manifestar.

Eu sou contra ataques, destruição, atos violentos e quem impede as outras pessoas de seguir suas vidas em paz. Por que o direito de alguns de se manifestarem pode impedir o direito de todo o resto da população de ir para o seu trabalho ou de voltar pra sua casa no final do dia?

As pessoas dizem que estão lutando por um Brasil melhor. Destruindo a cidade? Gerando medo na população? Alguns dizem que só quebram coisas pra expressar sua indignação, mas gozado que ninguém quebra a própria casa! Quem quer demonstrar sua irritação botando fogo em automóvel nunca queima o seu próprio carro ou de algum parente. Quem põe fogo em lixeira não “se expressa” na que fica em frente ao seu prédio. 

Desde criança eu sempre adorei acompanhar as Copas do Mundo e as Olimpíadas. Como muitos outros milhões de pessoas eu sonhava em como ia ser bom quando fosse no Brasil. Quantos brasileiros iam se apaixonar por esportes e começar a praticá-los. Como seria legal receber atletas e turistas do mundo inteiro no Brasil (assim como tantos brasileiros já foram recebidos em outros países).  Que orgulho se os estrangeiros voltassem para os seus países dizendo que o povo brasileiro é educado, solidário, organizado e trabalhador.

Por que as pessoas que são contra estes eventos no Brasil se sentem no direito de tentar cancelar tudo e acabar com a alegria de quem os espera há anos? Por que eles acham que a opinião deles vale mais que a dos outros? 

Eu até entendo que muitas pessoas acham que não é um bom momento para um evento tão grande e que o Brasil devia estar focado e investindo em áreas que estão deixando a desejar. Mas por que não se manifestaram mais cedo? Por que deixaram pra fazer tudo isto agora que é praticamente impossível cancelar a Copa no Brasil? Por que não estão tentando cancelar as Olimpíadas, que ainda faltam dois anos pra começar?

Se tiver Copa, mas as manifestações continuarem, provavelmente muitas pessoas vão ter medo de vir ao Brasil e o número de visitantes estrangeiros vai ser muito menor. Alguém acha que isto seria bom para o Brasil? E todas as empresas que estão se preparando com obras e gerando empregos? E os comerciantes e prestadores de serviço que tanto esperam por este evento? Quem vai sair ganhando se a Copa for um fracasso?

E se a Copa for cancelada? Com certeza o Brasil vai passar as próximas décadas indenizando os investidores frustrados. Alguém acredita que um Brasil endividado vai poder investir mais em educação e saúde? Alguém acredita que se o Brasil precisar ficar investindo em  recuperação do patrimônio destruído e em polícia pra impedir o caos e a violência, a vida do brasileiro vai melhorar? 

Por favor! Vamos pensar realmente no melhor pro Brasil?

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Previsões do horóscopo




Aqui em Porto Alegre temos alguns ônibus que têm uma televisãozinha que as pessoas acabam assistindo para preencher o tédio da viagem (pelo menos as que não estão dormindo).

Hoje cedo, quando eu ia pro trabalho, dei uma olhada pra televisão e estava passando as previsões do horóscopo para o dia: “planeje melhor os seus gastos, tente manter equilíbrio na vida financeira”. Imediatamente eu pensei: puxa, esta foi sob medida pra mim, já que nos últimos meses gastei um pouco mais do que o normal e tô meio “quebrada”. Em seguida me dei conta que a previsão não era para o meu signo. Fiquei um pouco decepcionada, mas continuei acompanhando o programa. Ouvi coisas como: “Hoje poderá receber uma chamada no colégio do seu filho, esteja preparada.” 

Fiquei pensando: são apenas doze signos. Se dividirmos a população brasileira por doze, só no Brasil existem em média uns 15 milhões de pessoas de cada signo. Para quantas pessoas daquele signo esta previsão era possível de se realizar? 

Para outro signo a previsão era: “Possivelmente vai aparecer-lhe algumas varizes nas pernas”. Será que milhões de pessoas deste signo vão descobrir varizes nas pernas hoje?

As vezes as previsões são tão bons conselhos que servem pra qualquer pessoa, independente do signo: “Coma mais frutas, é possível que melhore sua digestão.” “Escute com atenção a opinião dos profissionais mais experientes.”  “Faça com maior frequência exames de rotina.”

Eu raramente leio horóscopo. Quando as previsões pro meu signo são negativas eu já vou logo dizendo: bobagem, eu não acredito em horóscopo! 

Mas bem que eu gosto quando descubro bons presságios pro meu signo! Vai que justamente desta vez está certo? 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Chegando aos 50




Não sei se os homens também são assim, mas acho que a maioria das mulheres fica um pouco pensativa antes de cada aniversário, principalmente depois dos 30. Uma certa apreensão, uma revisão dos planos... Eu já fiz o que eu achava que faria quando chegasse à esta idade? Se não fiz, foi porque mudei de idéia ou porque não tentei o suficiente e preciso me esforçar mais? 

Fazer aniversário pesa mais quando trocamos de década. De 29 pra 30, de 39 pra 40... É como se a vida fosse uma grande escadaria e cada ano fosse um degrau. À cada 10 degraus, um novo lance da escada. Subir cada degrau é um passo pequeno, mas iniciar outro lance da escada é diferente.  

Neste mês eu cheguei no primeiro degrau do 5º lance da minha vida: 50 anos. 


É estranho fazer 50 anos, parece que esta idade não combina comigo. Não sei se aparento 50 anos, mas por dentro não me sinto com esta idade. Eu ainda tenho tantas dúvidas, tanto à aprender, tanto à evoluir. Eu sei que todos dizem que a idade é só um número, mas pesa um pouco entrar numa década nova. Como poucas pessoas chegam aos 100 anos, é fácil deduzir que eu já estou na segunda metade da vida. Isto faz pensar sobre a trajetória até aqui.
 

Se eu fiz tudo o que eu pretendia fazer quando tivesse 50 anos? Não, mas em compensação fiz outras coisas que eu não imaginava que um dia faria.

Se eu tenho tudo que eu pretendia ter aos 50 anos? Não, mas tenho coisas que eu não imaginava que teria.

A gente se ilude ao pensar que pode planejar a vida, na verdade a gente até faz planos, mas de acordo com as surpresas e oportunidades nós vamos alterando alguns planos, deixando outros de lado e sonhando novos sonhos.

É isto. Uma nova década começa; que venham novos planos e novas surpresas. 


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Galinha perdida



Lembra daqueles passatempos onde se tinha que encontrar 7 erros numa gravura? 

Terça-feira eu tive esta sensação quando vi uma galinha perto da parada do ônibus. Pode não parecer estranho, mas no meu bairro só costumo ver galinhas em encruzilhadas, deitadinhas em papel vermelho; é a primeira vez que vejo uma galinha viva, “agachadinha” perto de um muro (será que se pode dizer que galinha "senta"?). De repente me dei conta de como as galinhas são engraçadas. Por que será que as aves só têm duas patas? Tudo bem que os humanos também só têm duas pernas, mas nós temos dois braços. As galinhas podiam ter dois bracinhos pequenininhos como aqueles dinossauros tinham; ia ficar mais fácil pra elas pegarem alguma coisa pra comer, sem ter que ir com o bico até o chão (e pra ajudar os seus bebês a saírem dos ovos no momento do nascimento).

Ontem quando eu estava indo pra parada do ônibus fiquei pensando se ela estaria lá. Passei por ela na mesma quadra, mas desta vez ela estava caminhando na calçada. Fiquei preocupada... será que alguém não ia acabar levando ela pra casa pra reforçar o almoço?

Hoje eu não encontrei com ela; o que teria acontecido com a galinha?

Será que a coitadinha foi atropelada? Será que foi adotada por alguma família?

Tomara que os antigos donos a tenham encontrado e levado de volta pros seus pintinhos. Tomara!