segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Divã – um filme para rever conceitos


Quem já fez terapia durante um tempo sabe que às vezes precisamos de várias sessões para enxergar uma coisa simples (é que depende do momento e de estarmos preparados para enxergar certas coisas).  

Por outro lado, quando estamos abertos para revermos nossos conceitos às vezes basta uma conversa ou até um filme para nos mostrar que talvez estejamos conduzindo de forma errada a nossa vida, sendo inflexíveis e intolerantes. 

No mês passado vi este filme brasileiro Divã, onde a Lilian Cabral vive uma mulher de mais de 40 anos, casada com o personagem do José Mayer, com dois filhos, uma grande amiga e uma vida aparentemente feliz... Digo aparentemente porque quando ela começa a fazer terapia com um psiquiatra, à medida que vai falando da sua vida ela vai finalmente se dando conta que seu casamento está estagnado, que sua vida sexual não é satisfatória e que os anos estão passando sem emoções verdadeiras. 

O filme tem cenas muito engraçadas; as sessões com o psiquiatra, as conversas com a melhor amiga e os novos relacionamentos; ela cria coragem, termina o casamento de tantos anos e começa a namorar homens bem mais jovens (interpretados pelos maravilhosos Cauã Reymond e Reynaldo Gianecchini) e através destes relacionamentos volta a sair, a dançar e a se divertir...

Assistindo a este filme eu comecei a repensar algumas “certezas” e perceber o quanto eu estava sendo arrogante (ou ingênua)  em pensar que eu sabia o que era melhor pra mim, fechando as portas para experiências novas. Eu sempre tive idéias pré-concebidas de que a pessoa certa pra mim tinha que ter um perfil bem específico: idade entre 1 ano menos e uns 3 anos mais do que eu; não fumante, torcedor do mesmo time, com gostos musicais e gastronômicos parecidos com os meus...
É claro que é bom compartilharmos gostos e prazeres com nossos parceiros, mas antes pessoas que se amam e possuem gostos opostos, do que pessoas com mesmos gostos e sentimentos diferentes.

Que importância tão grande tem a idade se o nível de maturidade é tão variado, se a evolução de cada um acontece no seu ritmo e de acordo com suas experiências? Que diferença faz se um gosta de carne e outro de peixe, se podem jantar juntos num restaurante que os dois gostem, num ambiente romântico e feliz? E se torcerem para times diferentes, que grande importância têm, se basta que se respeitem e se admirem para viver em harmonia? 
Mais importante do que gostos e idades iguais é a sintonia em seus sentimentos, a vontade de acolher o outro e de estarem juntos...

O filme não me fez ter vontade de namorar um cara 20 anos mais novo, mas me fez enxergar que a afinidade que realmente importa para duas pessoas serem felizes é a do caráter, da sinceridade, da lealdade e principalmente do amor. O resto? O resto com carinho e respeito se aprende a conviver.



 

Um comentário:

  1. Querida ,parabéns! Colocaste muito bem: afinidade e amor, coisa confundida com sintonia e paixão.
    Estes dois sentimentos são passageiros, se acabam quando passa a sintonia (que tem um momento ,um determinado objetivo)passa também a paixão, pois os sentimentos foram confundidos.
    Mas a afinidade e o amor, so aumentam com a convivência, com o respeito ,o companheirismo,a cumplicidade. Por isso se diz, que duas pessoas muitos anos juntas ficam até parecidos na aparencia. Isto é verdade, basta olhar para Paulo Goulart e Nicette Bruno, já percebeste como são parecidos fisicamente? Parecem irmãos!

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