Me dei conta de que não tenho apenas a minha idade atual, tenho todas as idades que já tive guardadas dentro de mim, convivendo, dentro do possível, em harmonia.
Se eu só tivesse meus quarenta e vários anos, seria sempre madura, constantemente tranqüila, forte, serena, segura...
Eu tenho sim esta maturidade, mas também ainda tenho apenas dois anos, e às vezes quero colo e preciso que alguém me cuide e proteja.
Tenho os 3 anos da famosa idade dos porquês, com muita coisa pra perguntar e tentar entender.
Tenho os 7 anos de quem está entrando na escola, ao mesmo tempo com vontade de aprender tudo e com medo de não ser capaz.
Tenho os 10 anos de quem adora as festas em família e quer passar todo tempo que pode com as amigas.
Tenho os 15 anos dos sonhos românticos com o “príncipe encantado”, da vontade de ter a vida “invadida” por alguém que ocupe os espaços vazios e prometa amor eterno.
Tenho os 20 anos da vaidade, da vontade de me cuidar e querer me sentir bonita.
Tenho os 25 de quem recém foi mãe, que além de dar muito amor quer garantir saúde, segurança, educação; quer transmitir os melhores valores e garantir a felicidade, mas no fundo morre de medo de não dar conta do recado.
Tenho os 30 anos de quem pensa em estabilidade: bom emprego, casa própria, poupança...
Tenho os 35 de quem já não se vê tão jovem e se incomoda com rugas, cabelos brancos, celulite...
Tenho os 40 de quem já não se acha mais tão atraente e tem medo da velhice e da solidão.
Eu sou todas as minhas idades e convivo com todas as necessidades, medos e qualidades que já tive...
Sou forte e madura, mas não o tempo todo.
Não tenho todo o conhecimento que pretendia ter quando chegasse a esta idade, porque ainda tenho muito a aprender.
Ainda não tenho tudo que quero, mas ainda tenho muita força pra continuar buscando.
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