domingo, 21 de agosto de 2011

Foco no positivo



Não sei se sou eu que ando mais sensível, mas tenho percebido uma necessidade das pessoas em falar de coisas negativas, como se tudo estivesse errado e nada pudesse melhorar.

É claro que existem problemas, violência, corrupção, ignorância, doenças, desemprego; eu também enxergo tudo isto e não quero mascarar nada, mas não preciso passar o tempo todo focada no que não está bom. 

Tenho percebido posturas extremamente negativas, pessoas amargas e agressivas e não vejo no que este tipo de postura ajuda alguém. Estas pessoas se justificam alegando que seu objetivo é de alertar, protestar, demonstrar sua insatisfação. Tudo bem, todo mundo tem o direito de expressar sua opinião, mas é necessário tanta negatividade?

Um dia destes ouvi uma jovem comentar sobre pessoas de um determinado estado: “é tudo grosso e ignorante”. Como assim? Não existe um estado, nem um bairro, nem mesmo uma rua onde todas as pessoas são ignorantes. Que jeito grosseiro e equivocado de falar! Também já li em redes sociais pessoas ridicularizarem quem tem determinada crença,  gosto musical ou preferência alimentar.

Alguém já percebeu que existem mais comunidades no Orkut do tipo “eu odeio” do que do tipo “eu adoro” ou “eu amo”? Porque as pessoas preferem expressar o que não gostam do que o que gostam? 

Tem gente que ao invés de dizer que está feliz com a vitória do seu time prefere ridicularizar a derrota do outro; ao invés de valorizar sua preferência musical, política ou religiosa, prefere dizer que quem pensa diferente é burro ou ingênuo.

Será que existem pessoas superiores, que gostam de tudo o que realmente é bom e quem tem gosto diferente é inferior?  Não seria presunção alguém achar que o seu gosto é bom e o dos outros é ruim? Quanta arrogância!

Porque eu vou achar que quem tem um gosto diferente do meu é inferior? Existem muitas pessoas que eu gosto e admiro e pensam diferente de mim em relaçào a algumas coisas. Porque alguém precisa menosprezar ou ridicularizar outra pessoa por pensar diferente? Não é este tipo de pensamento intolerante que é a base da discriminação racial e sexual?

Proponho uma mudança de postura: vamos deixar os ambientes (mesmo os virtuais) mais leves e positivos. Vamos falar mais do que gostamos do que do que não gostamos. Quando tivermos que comentar que não gostamos de determinada coisa vamos fazer com delicadeza, lembrando sempre que não existe motivo nenhum para ser agressivo com quem pensa diferente. 

Ninguém é melhor ou pior por ter determinada preferência, só é diferente.

Ninguém ganha nada em ouvir ou ler palavras negativas e rancorosas, pelo contrário, algumas pessoas se deixam contaminar e se tornam agressivas e negativas; e isto de alguma forma vai melhorar o mundo ou as suas vidas? Se elas acharem que tudo está errado e nada pode ser mudado não vão ter menos motivação para lutar e tentar melhorar suas vidas?

Se for pra contaminarmos alguém que seja de energia positiva; se for pra reunir um grupo, que seja em torno de uma boa causa; se for pra passar idéias, que sejam de esperança e motivação.

Vamos tentar?


sábado, 13 de agosto de 2011

Pais e filhos


Não pretendia escrever sobre o dia dos pais, mas a proximidade da data, os inúmeros comerciais de TV mostrando pais e filhos e todas as mensagens que as pessoas divulgam nas redes sociais me fizeram pensar no assunto.

Eu não queria falar sobre pais porque apesar de fazer quase vinte anos que perdi o meu estas datas especiais ainda me sensibilizam, e nestes momentos a saudade cresce ainda mais.

Lembrando do meu pai me dei conta de como ele me transmitiu ensinamentos; muito mais através de suas atitudes e exemplos do que de palavras.

O meu pai era um homem bom, que sempre fazia o que podia para ajudar alguém que estivesse com alguma dificuldade. Ele era muito otimista: sempre acreditava que os problemas se resolveriam e que ele enxergaria as soluções no tempo certo. Ele era desprendido; repartia o que tinha com as pessoas que gostava; emprestava o carro, a casa da praia e entregava todo o dinheiro que tivesse no bolso se um amigo estivesse precisando. Ele era um homem de caráter, incapaz de enganar, tirar proveito ou fazer alguma coisa para prejudicar alguém.

Mesmo o melhor pai do mundo nunca vai ser perfeito... são humanos: erram, fraquejam, enxergam as coisas de maneira diferente de nós; não importa, desde que eles nos deixem perceber que só querem o melhor para nós.

Na juventude às vezes os enfrentamos, questionamos suas idéias, tudo isto é normal... Mas o tempo passa tão rápido enquanto nos envolvemos com nossos estudos, trabalhos, amigos e problemas pessoais, que deixamos pouco tempo pra curtir a companhia deles. E depois faz uma falta!

Para todos os pais, desejo que sejam próximos de seus filhos, independente de morarem ou não com eles. Dêem um jeito de eles saberem que vão estar sempre lá, dispostos a recebê-los e apoiá-los. Não se deixem abater se às vezes seus filhos parecem que não fazem questão da sua companhia, porque só querem estar com os amigos e fazerem seus próprios programas. Não é falta de amor, é apenas juventude: eles estão focados nas próprias vidas e necessidades, querendo aproveitar todas as oportunidades e diversão que a vida pode lhes oferecer. Procure você por eles, crie você os momentos de estar em família: você é o adulto que sabe o quanto é importante a relação de vocês. Eles não sabem que você pode precisar de manifestações de carinho e amor, que você também sente medo e às vezes não sabe o que fazer. Se você acha que não tem sido um pai tão bom quanto gostaria, procure seu filho; converse, faça um programa com ele, escute o que ele tem a dizer... não desista, sempre dá pra melhorar um relacionamento. 

Para todos os filhos, desejo que tenham bons pais: companheiros, presentes, amigos... Não deixem de reservar alguns momentos pra aproveitar a companhia deles, pois podem ter certeza que um dia ainda vão sentir saudade. Peguem leve com o fato de eles pensarem diferente ou terem outras prioridades: eles têm direito de serem eles mesmos tanto quanto vocês.   

Se você acha que seu pai fez tudo certo com você, tente ser como ele com seus filhos; se ele errou muito, tente ser melhor do que ele, mas sem guardar mágoas. 

Se o  seu pai ainda está vivo, converse com ele, tente aproveitar o máximo a relação de vocês; se ele já se foi, guarde os ensinamentos e lembre dele com carinho.

Saudade do meu pai... 



sábado, 30 de julho de 2011

Ficante, namorado e namorido



Atualmente as pessoas não definem seus relacionamentos apenas como namoro, noivado e casamento; além dos namorados, noivos e maridos, agora existem os ficantes e namoridos. 

Mal comparando, podemos dizer que os ficantes estão no “regime aberto”, os namorados no “semi-aberto” e os casados e namoridos no “regime fechado”. Eu digo mal comparando porque nenhum relacionamento é (ou deve ser) uma prisão; a comparação se restringe ao fato de que ficantes se encontram eventualmente, namorados passam bastante tempo juntos mas cada um tem a sua casa e os casados e namoridos moram juntos em tempo integral.  

"Ficante" é um ser que não existe oficialmente: ninguém leva ficante na festa da empresa e nem nas reuniões da família, porque sabe que o convívio com esta pessoa pode durar pouco e não quer ter que ficar dando explicações quando perguntarem por ele.

O ficante não tem direito à nada: não pode exigir exclusividade, não pode reclamar se passou o final de semana sozinho ou se o outro foi a alguma festa e não lhe convidou. 

As pessoas “ficam” durante um tempo, porque sentem atração e afinidades iniciais e querem ter alguma intimidade enquanto se conhecem melhor... Depois de algum tempo, podem se dar conta que a afinidade era superficial e que devem ser (no máximo) amigos, ou decidir dar um up grade no relacionamento e promover as "ficadas" à namoro. 

Uma dupla de ficantes decide namorar quando percebe uma sintonia em gostos e pensamentos; quando passam a querer passar cada vez mais tempo juntos e o desejo de liberdade se torna menor do que o incômodo em pensar naquela pessoa com outro.

Tem gente que prefere nunca namorar, apenas "ficar" com várias pessoas, alegando que é melhor não ter compromisso, mas a maioria dos ficantes profissionais se aposentam quando encontram alguém especial e descobrem o amor...

Não existem regras para o comportamento de ficantes e namorados, mas tem coisas que são próprias de um e de outro relacionamento: os namorados andam de mãos dadas, dormem juntinhos, passam finais de semana juntos, freqüentam as famílias e amigos uns dos outros, possuem expectativa de fidelidade, tiram e divulgam fotos juntos, e, finalmente, o que marca o final da fase de ficante e início do namoro: alteram o perfil nos sites de relacionamento para “namorando”. 

Ficar é superficial e ocasional... Namorar é ter alguém pra trocar presentes em datas especiais, pra preparar surpresas, pra conversar sobre os problemas do trabalho, pra rir juntos por qualquer motivo ou pra ficar em silêncio enroscados no sofá vendo um filme.  

Se o ficante ligar pra te convidar pra uma festa e tu disser que está doente, ele até vai desejar melhoras, mas vai sozinho na festa e é bem possível que fique com outra. Se fosse namorado ia se oferecer pra ir pra tua casa te cuidar ou pelo menos ia te ligar mais tarde para saber se melhorou.  

Se tu estiver triste ou preocupada com alguma coisa o ficante pode nem perceber, e, percebendo, vai tentar transferir o encontro pra outro dia, quando tu estiveres bem. Se fosse namorado ia perceber que tu não está bem pelo teu rosto ou tom de voz e ia fazer questão de saber qual é o problema e tentar te ajudar. 

Ficar é estágio, namoro é carteira assinada. 
Ficante é companhia, namorado é parceria. 

E se o namoro for tão bom que os finais de semana e alguns encontros semanais não forem mais suficiente? E se vier uma vontade de passar junto todo o tempo possível? E se além da companhia quiserem dividir planos, espaço, contas, rotina?  Aí só subindo mais um degrau no relacionamento... 

Alguns decidem fazer uma experiência de morar juntos antes de assinar os papéis, e serem por um tempo namoridos, até estarem prontos pra ser marido e mulher.  Alguns preferem não casar, mas ficar juntos pra sempre (morando juntos ou em casas separadas). 

Não existe o tipo certo e o errado de relacionamento, só tem que ser bom para os dois.