Por outro lado, quando estamos abertos para revermos nossos conceitos às vezes basta uma conversa ou até um filme para nos mostrar que talvez estejamos conduzindo de forma errada a nossa vida, sendo inflexíveis e intolerantes.
No mês passado vi este filme brasileiro Divã, onde a Lilian Cabral vive uma mulher de mais de 40 anos, casada com o personagem do José Mayer, com dois filhos, uma grande amiga e uma vida aparentemente feliz... Digo aparentemente porque quando ela começa a fazer terapia com um psiquiatra, à medida que vai falando da sua vida ela vai finalmente se dando conta que seu casamento está estagnado, que sua vida sexual não é satisfatória e que os anos estão passando sem emoções verdadeiras.
O filme tem cenas muito engraçadas; as sessões com o psiquiatra, as conversas com a melhor amiga e os novos relacionamentos; ela cria coragem, termina o casamento de tantos anos e começa a namorar homens bem mais jovens (interpretados pelos maravilhosos Cauã Reymond e Reynaldo Gianecchini) e através destes relacionamentos volta a sair, a dançar e a se divertir...
Assistindo a este filme eu comecei a repensar algumas “certezas” e perceber o quanto eu estava sendo arrogante (ou ingênua) em pensar que eu sabia o que era melhor pra mim, fechando as portas para experiências novas. Eu sempre tive idéias pré-concebidas de que a pessoa certa pra mim tinha que ter um perfil bem específico: idade entre 1 ano menos e uns 3 anos mais do que eu; não fumante, torcedor do mesmo time, com gostos musicais e gastronômicos parecidos com os meus...
É claro que é bom compartilharmos gostos e prazeres com nossos parceiros, mas antes pessoas que se amam e possuem gostos opostos, do que pessoas com mesmos gostos e sentimentos diferentes.
Que importância tão grande tem a idade se o nível de maturidade é tão variado, se a evolução de cada um acontece no seu ritmo e de acordo com suas experiências? Que diferença faz se um gosta de carne e outro de peixe, se podem jantar juntos num restaurante que os dois gostem, num ambiente romântico e feliz? E se torcerem para times diferentes, que grande importância têm, se basta que se respeitem e se admirem para viver em harmonia?
Mais importante do que gostos e idades iguais é a sintonia em seus sentimentos, a vontade de acolher o outro e de estarem juntos...
O filme não me fez ter vontade de namorar um cara 20 anos mais novo, mas me fez enxergar que a afinidade que realmente importa para duas pessoas serem felizes é a do caráter, da sinceridade, da lealdade e principalmente do amor. O resto? O resto com carinho e respeito se aprende a conviver.
Querida ,parabéns! Colocaste muito bem: afinidade e amor, coisa confundida com sintonia e paixão.
ResponderExcluirEstes dois sentimentos são passageiros, se acabam quando passa a sintonia (que tem um momento ,um determinado objetivo)passa também a paixão, pois os sentimentos foram confundidos.
Mas a afinidade e o amor, so aumentam com a convivência, com o respeito ,o companheirismo,a cumplicidade. Por isso se diz, que duas pessoas muitos anos juntas ficam até parecidos na aparencia. Isto é verdade, basta olhar para Paulo Goulart e Nicette Bruno, já percebeste como são parecidos fisicamente? Parecem irmãos!