quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Bebê salva vidas




Sabe quando a gente vê uma cena e vem uma palavra ou expressão na nossa cabeça? Esta semana aconteceu isto comigo.  

A  minha filha completou 25 anos, e a madrinha dela nos enviou um vídeo onde ela aparece dançando e batendo palmas, com 1 ano e 11 meses. Era uma festinha de aniversário com o tema de circo e ela estava vestida de palhacinha. Num certo momento a câmera desvia um pouco dela e filma uma mesa onde estávamos sentados o meu pai, a minha mãe e eu; os três olhando encantados pra nossa criança tão amada. Quando assisti ao vídeo me emocionei por ver a minha filha tão pequena e o meu pai, que faleceu quando ela tinha 3 anos. E qual foi a expressão que veio à minha cabeça neste momento? Esta criança salvou as nossas vidas!


Quando ela tinha seis meses de vida, o meu único irmão, que na época tinha 28 anos, faleceu em um acidente de carro. A dor desta perda tão inesperada e prematura foi imensa! Nesta hora chega a dar vontade de morrer também; a gente perde a vontade de levantar da cama, de se alimentar, de fazer qualquer coisa. Mas a gente tinha um bebê em casa, totalmente dependente de nós e tínhamos que levantar todos os dias, alimentar, trocar fraldas, dar banho... levar na pracinha, dar atenção, dar e receber carinho.


Se não fosse ela eu não sei como teríamos passado por aquele momento tão triste. Aos poucos ela foi nos emocionando com suas primeiras palavras, primeiros passos; foi ocupando o nosso tempo e nossa atenção com os cuidados com ela e sem saber ela foi cuidando de nós também. 

Uma pessoa não substitui outra, mas ela tornou um pouco mais raso aquele buraco imenso e escuro que se abriu nas nossas vidas.

O nosso bebê nos salvou, porque nos devolveu a alegria e a vontade de viver.

Obrigada, pai do céu, por este presente!



domingo, 8 de setembro de 2013

Sonho não sonhado




Algumas pessoas desde cedo sonham com alguma coisa: ser modelo, jogador de futebol, cantor... escrever um livro, fazer uma viagem, abrir uma empresa...

Muitos se esforçam e realizam os seus sonhos, outros com o passar do tempo vão descobrindo outros interesses e esquecendo aquilo que queriam tanto.

Mas também acontece o inesperado: uma menina que nunca pensou em ser modelo pode estar passeando no shopping, ser convidada para fazer umas fotos e começar uma carreira; um menino jogando bola na rua com os amigos pode ser descoberto pelo olheiro de um grande time; um amigo propondo um novo negócio pode ser o início de uma empresa de sucesso. Uma oportunidade pode aparecer quando a gente menos espera e se tornar uma coisa boa na nossa vida.

Este é o sonho não sonhado: uma coisa muito boa, que talvez seja o sonho de muitos, simplesmente acontece pra quem nunca sonhou com ela.

Não quer dizer que esta oportunidade vai se transformar em sucesso sem muito esforço e dedicação, apenas que coisas boas podem acontecer sem que a tenhamos planejado.

Podemos ter talentos que ainda não conhecemos, podemos ter aptidões para fazer coisas que só vamos descobrir quando tentarmos algo diferente.

Podemos desistir de alguns sonhos antigos e realizar um sonho nunca sonhado.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Suicídio




Sexta-feira passada, no início da tarde, uma notícia mexeu muito comigo. Uma moça de 34 anos pulou do 22º andar de um prédio no centro da cidade. 

Um suicídio é sempre muito triste. O que leva uma pessoa a decidir acabar com a sua vida? Que sofrimento tão grande e que absoluta falta de esperança leva alguém a não querer mais viver? Será que perdeu um ente querido? Descobriu uma doença incurável? Perdeu tudo que tinha? Será que foi um conjunto de problemas tão graves que ela não viu mais saída?

A única certeza é a de que nenhuma pessoa feliz decide se matar. 

Pra quem gostava desta pessoa a dor é muito grande. Independente de tudo que tenha acontecido antes, com certeza estas pessoas se perguntam se podiam ter dito ou feito mais alguma coisa pra que esta decisão não chegasse a ser tomada, mas a dor só piora ao pensar que agora não podem fazer mais nada.

Eu já tive um amigo que cometeu suicídio. A vida dele cruzou com o vício na adolescência e ele passou muitos anos lutando contra as drogas; perdeu a saúde e chegou a perder a liberdade mais de uma vez. De repente se levantava, procurava ajuda em grupos de reabilitação, conseguia ficar longos períodos “limpo”, mas sentia uma tristeza profunda ao ver o quanto desperdiçou a sua vida e muita culpa por ter feito a família e amigos sofrerem; o peso era difícil de carregar e períodos de força e esperança acabavam em recaídas e mais dor. Infelizmente chegou um momento em que ele desistiu da batalha. Que pena.

Algumas pessoas têm posições definidas sobre o assunto: alguns acham que precisa ter muita coragem para acabar com a própria vida; outros dizem que ao invés de enfrentar os problemas o suicida foge e procura a saída “mais fácil”.  Eu não consigo ter nenhuma destas certezas, apenas fico triste.