Sabe quando a gente vê uma cena e vem uma palavra ou expressão na nossa cabeça? Esta semana aconteceu isto comigo.
A minha filha completou 25 anos, e a madrinha dela nos enviou um vídeo onde ela aparece dançando e batendo palmas, com 1 ano e 11 meses. Era uma festinha de aniversário com o tema de circo e ela estava vestida de palhacinha. Num certo momento a câmera desvia um pouco dela e filma uma mesa onde estávamos sentados o meu pai, a minha mãe e eu; os três olhando encantados pra nossa criança tão amada. Quando assisti ao vídeo me emocionei por ver a minha filha tão pequena e o meu pai, que faleceu quando ela tinha 3 anos. E qual foi a expressão que veio à minha cabeça neste momento? Esta criança salvou as nossas vidas!
Quando ela tinha seis meses de vida, o
meu único irmão, que na época tinha 28 anos, faleceu em um acidente de carro. A
dor desta perda tão inesperada e prematura foi imensa! Nesta hora chega a dar
vontade de morrer também; a gente perde a vontade de levantar da cama, de se
alimentar, de fazer qualquer coisa. Mas a gente tinha um bebê em casa,
totalmente dependente de nós e tínhamos que levantar todos os dias, alimentar,
trocar fraldas, dar banho... levar na pracinha, dar atenção, dar e receber
carinho.
Se não fosse ela eu não sei como teríamos
passado por aquele momento tão triste. Aos poucos ela foi nos emocionando com
suas primeiras palavras, primeiros passos; foi ocupando o nosso tempo e nossa
atenção com os cuidados com ela e sem saber ela foi cuidando de nós também.
Uma
pessoa não substitui outra, mas ela tornou um pouco mais raso aquele buraco
imenso e escuro que se abriu nas nossas vidas.
O nosso bebê nos salvou, porque nos devolveu a
alegria e a vontade de viver.
Obrigada, pai do céu, por este presente!