A Princesa é uma
cadelinha vira-latas branca com manchas pretas que veio ao mundo com a missão
(ou sina) de causar emoções fortes nos seres humanos. Por pouco a vida dela não terminou antes mesmo
de completar o primeiro mês. Não se sabe
onde ela nasceu nem quem foram seus pais; se escorregou e caiu em um bueiro ou
se foi deixada lá de propósito. O que se sabe é que ela “nasceu pela segunda
vez” quando um humano de coração imenso percebeu que ela e outro filhotinho
(provavelmente sua irmã) estavam presas naquele bueiro. Imediatamente ele começou
a tentar tirá-las de lá: tentava alcançar com o braço, com cordas, de todas as
formas que podia imaginar mas não conseguia. Todos os dias depois do trabalho ele
ia até o bueiro e colocava água e comida pras pequenas. Depois de muitas
tentativas conseguiu tirar a primeira cadelinha, para quem ele encontrou um lar
com uma família muito especial, um casal jovem que já tinha uma filha e um
cachorro e se dispôs a adotar como novo membro da família aquela que batizaram
de “Victória”.
Depois de alguns
dias, finalmente, aquele filhotinho que passou a ser chamada de Princesa
conseguiu ser resgatada e, depois de alimentada e vacinada, também ganhou o lar
que merecia: um casal de aposentados (pais daquele humano
abençoado que lutou tanto pela vida dela) abriram sua casa no interior do
estado e a receberam com todo carinho. A Princesa encheu a casa de alegria, mostrando
diariamente o quanto era esperta e carinhosa. Quando todos já estavam profundamente
encantados com a Princesa, aconteceu algo inesperado: o casal teve que viajar e
a deixou na casa de um dos filhos, de onde ela conseguiu fugir, provavelmente à
procura deles. Imediatamente toda a família e amigos começaram a procurar a cadelinha pelas ruas, becos e qualquer lugar onde ela pudesse estar. Colaram
cartazes pela cidade, ofereceram recompensa, divulgaram o desaparecimento nas
redes sociais e até no jornal da cidade.
Foram dois meses de
procura, preocupação e esperança; muitas pessoas demonstraram seu apoio; conhecidos
e até estranhos se solidarizavam e diziam que também estavam torcendo para que
a procura terminasse com sucesso.
Enfim, depois de 65
dias, o telefone tocou e um senhor que viu um dos cartazes na rua disse
que viu a Princesa andando pela estrada e, com medo que ela fosse atropelada, a
levou para casa. O reencontro do casal com sua pequena foi emocionante: lágrimas
de saudade e de alegria, enquanto a Princesa demonstrava tê-los reconhecido
imediatamente, correndo pra eles “fazendo festa”.