sábado, 30 de julho de 2011

Ficante, namorado e namorido



Atualmente as pessoas não definem seus relacionamentos apenas como namoro, noivado e casamento; além dos namorados, noivos e maridos, agora existem os ficantes e namoridos. 

Mal comparando, podemos dizer que os ficantes estão no “regime aberto”, os namorados no “semi-aberto” e os casados e namoridos no “regime fechado”. Eu digo mal comparando porque nenhum relacionamento é (ou deve ser) uma prisão; a comparação se restringe ao fato de que ficantes se encontram eventualmente, namorados passam bastante tempo juntos mas cada um tem a sua casa e os casados e namoridos moram juntos em tempo integral.  

"Ficante" é um ser que não existe oficialmente: ninguém leva ficante na festa da empresa e nem nas reuniões da família, porque sabe que o convívio com esta pessoa pode durar pouco e não quer ter que ficar dando explicações quando perguntarem por ele.

O ficante não tem direito à nada: não pode exigir exclusividade, não pode reclamar se passou o final de semana sozinho ou se o outro foi a alguma festa e não lhe convidou. 

As pessoas “ficam” durante um tempo, porque sentem atração e afinidades iniciais e querem ter alguma intimidade enquanto se conhecem melhor... Depois de algum tempo, podem se dar conta que a afinidade era superficial e que devem ser (no máximo) amigos, ou decidir dar um up grade no relacionamento e promover as "ficadas" à namoro. 

Uma dupla de ficantes decide namorar quando percebe uma sintonia em gostos e pensamentos; quando passam a querer passar cada vez mais tempo juntos e o desejo de liberdade se torna menor do que o incômodo em pensar naquela pessoa com outro.

Tem gente que prefere nunca namorar, apenas "ficar" com várias pessoas, alegando que é melhor não ter compromisso, mas a maioria dos ficantes profissionais se aposentam quando encontram alguém especial e descobrem o amor...

Não existem regras para o comportamento de ficantes e namorados, mas tem coisas que são próprias de um e de outro relacionamento: os namorados andam de mãos dadas, dormem juntinhos, passam finais de semana juntos, freqüentam as famílias e amigos uns dos outros, possuem expectativa de fidelidade, tiram e divulgam fotos juntos, e, finalmente, o que marca o final da fase de ficante e início do namoro: alteram o perfil nos sites de relacionamento para “namorando”. 

Ficar é superficial e ocasional... Namorar é ter alguém pra trocar presentes em datas especiais, pra preparar surpresas, pra conversar sobre os problemas do trabalho, pra rir juntos por qualquer motivo ou pra ficar em silêncio enroscados no sofá vendo um filme.  

Se o ficante ligar pra te convidar pra uma festa e tu disser que está doente, ele até vai desejar melhoras, mas vai sozinho na festa e é bem possível que fique com outra. Se fosse namorado ia se oferecer pra ir pra tua casa te cuidar ou pelo menos ia te ligar mais tarde para saber se melhorou.  

Se tu estiver triste ou preocupada com alguma coisa o ficante pode nem perceber, e, percebendo, vai tentar transferir o encontro pra outro dia, quando tu estiveres bem. Se fosse namorado ia perceber que tu não está bem pelo teu rosto ou tom de voz e ia fazer questão de saber qual é o problema e tentar te ajudar. 

Ficar é estágio, namoro é carteira assinada. 
Ficante é companhia, namorado é parceria. 

E se o namoro for tão bom que os finais de semana e alguns encontros semanais não forem mais suficiente? E se vier uma vontade de passar junto todo o tempo possível? E se além da companhia quiserem dividir planos, espaço, contas, rotina?  Aí só subindo mais um degrau no relacionamento... 

Alguns decidem fazer uma experiência de morar juntos antes de assinar os papéis, e serem por um tempo namoridos, até estarem prontos pra ser marido e mulher.  Alguns preferem não casar, mas ficar juntos pra sempre (morando juntos ou em casas separadas). 

Não existe o tipo certo e o errado de relacionamento, só tem que ser bom para os dois.




sexta-feira, 22 de julho de 2011

Super do Bem


Um dia destes uma amiga se referiu ao marido como um cara "Super do Bem".
 
Que coisa boa saber que encontrou alguém como ela: uma pessoa muito especial.

“Super do Bem” não é uma característica, mas um conjunto de algumas das melhores qualidades que uma pessoa pode ter.     
 
Merece o título de "Super do Bem" aquela pessoa incapaz de conspirar, prejudicar intencionalmente, desejar ou se alegrar com o mal de alguém.
 
O "Super do Bem" possui um coração puro; é solidário, desprendido, se sensibiliza com qualquer situação de injustiça, doença ou pobreza extrema.

Faz o que puder pra ajudar um amigo ou familiar com problemas e não deixa de comprar um número de rifa ou doar roupas e alimentos pra qualquer pessoa que bata na sua porta.

É uma pessoa de caráter forte (se é que caráter fraco pode ser considerado caráter); faz questão de devolver quando recebe troco errado e não aceita ser beneficiado em detrimento de outros; cede o lugar na fila, elevador ou ônibus pra pessoas em alguma situação de desvantagem, sem que ninguém tenha que pedir ou olhar de cara feia...
 
Além das regras básicas de educação e boa vizinhança, segue as regras universais de ética e gentileza.
 
Estas características já seriam suficientes pra entender que tem muita sorte quem tem este tipo de pessoa como marido, esposa, namorado(a) ou amigo, mas ainda tem mais...
 
O “Super do Bem” é sincero e leal; quando está namorando ou casado(a) é totalmente fiel e dedica à esta pessoa todo o seu respeito e consideração.
 
Pra quem tem uma pessoa assim na sua vida, lá vai uma dica: valorize e mereça esta pessoa; o
“Super do Bem” tem um coração enorme, mas não consegue ficar muito tempo com quem não é como ele. 

O bem atrai o bem e quem é do bem merece o melhor.







quarta-feira, 13 de julho de 2011

Aprender a dirigir



Hoje o meu ônibus ultrapassou um carro de Auto-Escola e isto me reportou aos meus tempos de aprendiz.

Nos primeiros dias era aquele medo, como se o carro tivesse vontade própria e pudesse correr (sem que eu acelerasse) ou sair da pista (sem que eu virasse a direção). Com o tempo a gente entende que somos nós que conduzimos o carro e não o contrário.

Lembro de alguns momentos de tensão, como quando enxerguei pelo retovisor um caminhão quase grudado na traseira do carro e perguntei ao professor o que fazer. Ele respondeu calmamente: "deixa ele, se ele estiver com pressa ele te ultrapassa."

Outra vez eu vi de longe um cachorro parado no meio da rua: "Se ele não sair eu vou ter que parar, né?" O professor respondeu: "Não te preocupa que ele vai sair..." Como ele conseguia permanecer calmo o tempo todo?

Nunca vou esquecer a minha primeira saída de carro, assim que recebi a carteira de motorista. Era um sábado à tarde e a minha filha e a minha melhor amiga(corajosamente) aceitaram ir ao shopping comigo. Quando resolvemos ir embora já havia anoitecido. Fui primeiro levar a minha amiga em casa e no caminho eu ia reclamando: "Como é ruim dirigir à noite, eu não enxergo quase nada!" Quando a minha amiga desceu, caminhou alguns passos e voltou rindo: "Amiga, tu não ligou os faróis!" Tínhamos andado uns 10 minutos na escuridão! Dali até a minha casa foi tudo tranquilo, com os faróis acesos enxergava que era uma maravilha!

Antes de decidir entrar na auto-escola eu lembro que achava que dirigir era a coisa mais difícil do mundo!
"Como é que eu vou usar três pedais se eu só tenho dois pés?"
"Como eu vou conseguir segurar a direção, dar sinal e fazer as mudanças se só tenho duas mãos?"
"Como vou conseguir olhar pra frente e controlar três espelhos ao mesmo tempo?"

É claro que, como a grande maioria das pessoas, eu acabei aprendendo a fazer todas estas coisas aparentemente impossíveis. Acontece uma sintonia entre cérebro, mãos, pés e olhos e, depois de um tempo, parece que a gente dirige no piloto automático (controla pedais, espelhos, muda de marcha e nem se dá conta!)
 
Aliás, pra quem ainda não dirige e costuma ser inseguro, eu sugiro que faça uma auto-escola (independente de ter carro).

Mesmo sabendo que a maioria das pessoas consegue aprender a dirigir, quando a gente passa no exame sente um orgulho pessoal, como se a carteira de motorista fosse um comprovante de inteligência e capacidade! Eu recomendo! Faz bem pra auto-estima!

PS: não é difícil aprender a dirigir, mas muita gente acaba mostrando que não deveria ser motorista: dirige alcoolizado, em alta velocidade, faz manobras perigosas... aprender a dirigir quase todo mundo consegue, mas bom senso e responsabilidade (infelizmente) nem todo mundo tem!


domingo, 3 de julho de 2011

Assustos Pendentes



Li  recentemente o livro Assustos Pendentes, do médium americano James Van Praagh.
O livro aborda temas como a importância da auto-estima, como adotar uma atitude positiva, como superar os rancores e as culpas... 

Fiquei tocada com várias passagens do livro, mas especialmente quando fala sobre perdão e o mal que fazemos a nós mesmos quando guardamos mágoas e ressentimentos. 

Mas será que perdoar é esquecer? Perdoar é poder lembrar do que aconteceu sem sofrer? É poder olhar para a pessoa sem rancor?

Quando alguém de quem gostamos nos magoa, nossa primeira reação é nos afastarmos, numa tentativa de nos protegermos, mas isto não faz a dor passar. 

A gente alimenta o ressentimento como forma de punir o outro e talvez pela esperança de que a lembrança do quanto doeu seja uma espécie de vacina contra novos sofrimentos.

A gente não quer se ferir novamente, mas se a pessoa que nos feriu era importante pra nós, a sua ausência também vai doer. Mas como pode ser? Como a gente pode sentir falta de alguém que nos causou dor? 

E se a gente “abrir a guarda” e deixá-la se reaproximar, não vai parecer que o que ela fez não foi tão importante? Mas foi! Doeu muito!

E o que fazemos com nosso medo de sofrer de novo? 

Como ter certeza de que a pessoa realmente entendeu o que fez e se arrependeu de verdade?

Conseguimos confiar que aquela pessoa não vai nos machucar novamente?  

O perdão alivia os corações das duas pessoas, tirando o gosto amargo da decepção, do ressentimento e da culpa... Mas não é fácil perdoar.

Cada um de nós precisa buscar constantemente a sua evolução pessoal e espiritual... O caminho é longo e difícil, mas o importante é não parar.