terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Fechando a conta de 2010


Teoricamente o final de dezembro é apenas mais um final de mês como todos os outros; na prática, todo mundo vê este final de mês de uma forma diferente: além de terminar o mês, termina o ano.

Quando chega esta época, vêm na nossa cabeça tudo que aconteceu ao longo dos meses... fazemos um levantamento das perdas e ganhos; uma espécie de "contabilidade" dos acontecimentos do ano.
Tivemos lucro? Terminamos no prejuízo? Vai depender das respostas a estas perguntas a postura que cada um terá no reveillon: uns vão brindar pra comemorar as coisas boas que aconteceram em 2010, outros vão beber pra esquecer o que não foi bom neste ano.


Coisas boas, coisas ruins; altos e baixos sempre vão existir: faz parte da vida... 

Nos últimos dias eu tenho pensado no meu ano e acho que estou saindo no lucro: nenhuma morte nem doença grave entre as pessoas que eu gosto, trabalhei bastante (e bem), mantive meu emprego, muitos encontros agradáveis com amigos, bom relacionamento com a família, vários momentos felizes...


É claro que nunca (nada) é perfeito...
O ano poderia ter sido melhor? Poderia!
Tudo que eu desejei no final de 2009 aconteceu? Não!
Mas foi bom... Mais momentos alegres do que tristes, muito mais risadas do que lágrimas...


E mais importante do que pensar no que ganhamos ou perdemos é pensar no quanto aprendemos.

Chegou a hora de "fechar a conta" de 2010: a melhor coisa que podemos fazer na virada do ano é separar todas as boas e as más lembranças: as ruins deleta, deixa no passado; as boas leva pra sempre, na memória e no coração.


 

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Eu só não acredito em Papai Noel



Nesta época do ano, não tem como não falar em Papai Noel. Ele é a figura mais simpática e querida que existe. Como não gostar de um velhinho barrigudinho, que tem paciência de pegar um monte de crianças no colo e ouvir  o que cada uma quer ganhar de presente? E a risada? Não lembro de nenhuma mais tradicional do que "ho, ho, ho..." 

Eu até fico surpresa de como eu posso não acreditar em Papai Noel, porque eu sou a pessoa mais crédula que existe!
 

Eu acredito quando uma pessoa me promete alguma coisa, mesmo que ela já tenha me prometido a mesma coisa outras vezes e não tenha cumprido.

Quando alguém me conta uma coisa impossível eu faço aquela cara de espanto e respondo (já acreditando): capaz!? Depois a pessoa ri e diz: só tu mesma pra acreditar!   

Eu acredito que a grande maioria das pessoas que se candidatam a cargos públicos o fazem com a intenção de fazer alguma coisa boa pelos outros. 

Eu acredito quando alguém me pede dinheiro na rua dizendo que é pra comprar comida ou remédio para os filhos. 

Eu acredito em mim quando eu me prometo coisas que eu nunca consigo cumprir, como fazer dieta ou colocar dinheiro na poupança.

Eu chego a acreditar na possibilidade de evolução de pessoas quando nem elas mesmas acreditam. 

Eu acredito tão fácil, mas tão fácil, que as vezes acredito no que nem é dito! Qualquer indício de mudança, qualquer demonstração de intenção já é suficiente... Eu já acredito! 

Hoje em dia acreditar nas pessoas passou a ser visto como ingenuidade ou até burrice, mas eu posso dizer que poucas vezes eu me arrependi. Eu sou uma pessoa de sorte! 

Mas apesar de ser meio ingênua, eu também tenho um lado racional... Em relação ao Papai Noel, eu sei que uma pessoa (mesmo contando com os seus duendes ajudantes) não conseguiria distribuir presentes para todas as pessoas no mundo inteiro na mesma noite. Nisto eu não acredito! 

Eu cheguei à conclusão que eu acredito em quase todo mundo, menos no Papai Noel... (e no coelhinho da Páscoa, mas ele não conta porque ele não é uma "pessoa").

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Conversando com o Caetano

Todo mundo fala sozinho de vez em quando! Isto até já é considerado normal.
Mas eu, além de falar sozinha (e com a televisão), também falo com músicas. É uma espécie de brincadeira que eu faço.

Sabe quando toca uma música que fala exatamente o que tu tá sentindo? Pois é, quando eu estou sozinha e escuto uma música que parece que está falando comigo, eu respondo.
É bom! Além de botar pra fora o que está me incomodando, eu me divirto rindo de mim mesma pelo papel ridículo de estar falando com quem não está me ouvindo.
Vou dar um exemplo: a um tempo atrás eu troquei uma idéia com o Caetano; foi mais ou menos assim:

Caetano: Ás vezes no silêncio da noite, eu fico imaginando nós dois...
Eu: O silêncio da noite é fogo... durante o dia a gente se distrai mas ficar sozinho à noite é pior!

Caetano: Eu fico ali sonhando acordado, juntando: o antes, o agora e o depois
Eu: o antes era bom, agora tá um vazio, e depois? como vai ser?


Caetano: Por quê você me deixa tão solto?
Eu: Porque ele me deixa tanto tempo sozinha? Será que não sente a minha falta? Que droga!


Caetano: Por quê você não cola em mim?
Eu: é tão bom quando a gente passa um tempo coladinhos.


Caetano: Tô me sentindo muito sozinho
Eu: Ô Caetano, eu também tô!


Caetano: Não sou nem quero ser o seu dono
Eu: Claro que não... eu só quero ocupar um espaço importante na vida dele...


Caetano: É que um carinho às vezes faz bem
Eu: às vezes? carinho é bom sempre!!!


Caetano: Eu tenho meus desejos e planos secretos, só abro pra você mais ninguém
Eu: abrir como se ele não está aqui?


Caetano: Por que você me esquece e some?
Eu: quem gosta não esquece... nem some... 


Caetano: E se eu me interessar por alguém?
Eu:  acho difícil...


Caetano: E se ela de repente me ganha?
Eu: Nem tem ninguém tentando me ganhar (pelo menos que eu saiba)


Caetano: Quando a gente gosta é claro que a gente cuida
Eu: Claro que cuida! Eu cuido dele, mas ele não tem me cuidado...


Caetano: Fala que me ama só que é da boca pra fora
Eu:  pior que nem fala...


Caetano: Ou você me engana ou não está madura
Eu: será que é falta de maturidade? ou de amor? ou será que sou eu que estou me enganando?


Caetano: Onde está você agora?
Eu: Onde é que ele anda? Porque não tá aqui comigo?


Depois que a música termina eu me sinto muito bem. Parece maluquice? 

Ah, experimenta... e depois me conta.


(música Sozinho - Caetano Veloso)

domingo, 12 de dezembro de 2010

Vivendo e aprendendo

 
Num dia destes, enquanto eu caminhava apressada pra chegar no trabalho, escutei um trecho de conversa entre duas pessoas. Um homem mal vestido, sujo, aparentando ser um mendigo e uma mulher que eu já vi muitas vezes sentada na entrada do Trensurb pedindo moedas.
Ele passa por ela e oferece um gole de refrigerante de uma latinha que provavelmente ele ganhou com o resto de alguém... Ela responde: “não obrigada, eu já bebi” (apontando pra uma latinha de refrigerante ao lado dela no chão)... imagino que a dela também tenha sido doada por alguém, porque mendigo não compra refrigerante em lata; se ela fosse comprar provavelmente compraria um copo que é bem mais barato. Ele respondeu: “então boa sorte... feliz natal!” e seguiu o seu caminho.
Eu não parei pra falar com nenhum deles, nem ao menos diminuí a velocidade dos meus passos, apenas continuei caminhando, com este trecho de conversa se repetindo na minha cabeça. Como este homem que quase não tem nada pensou em dividir o pouco que tinha? Ele ainda desejou boa sorte à ela... no que será que ele pensou? Que ela tenha sorte e as pessoas sejam mais sensíveis e colaborem mais com ela? Feliz natal como? Será que eles conseguem ser felizes sem ter nada e depender da boa vontade dos outros? Mas a gente não precisa ter tanta coisa pra ser feliz? 

De repente eu me senti tão egoísta! Eu já passei muitas vezes por aquela mulher e nunca dei nada, nem um bom dia! Aliás, a gente acabou se acostumando a ver pessoas sentadas no chão, maltrapilhas e sujas, com a mão estendida pedindo ajuda. Mas não é normal! São pessoas e não animais de rua, mas estão revirando as latas de lixo atrás de comida igualzinho a eles... são humanos vira-latas, pessoas de rua... mas deles ninguém tem pena! Poucos levam um prato de comida como fariam para um cachorrinho abandonado; são humanos abandonados.

Muitas vezes eu dou umas moedas, mas é mais por medo de ser assaltada ou pra me livrar da pessoa do que por verdadeira  vontade de ajudar. Eu nem olho direito pra quem está pedindo! Não estou aqui dizendo que sou um ser humano pior do que os outros; antes fosse... antes  só eu estivesse ficando menos sensível ao sofrimento alheio, mas o que vejo é o contrário. Vejo as pessoas dizerem que dar dinheiro ou comida não resolve o problema; que quem tem que fazer alguma coisa é o governo; que não dando nada estão ajudando a pessoa a ser obrigada a mudar de vida; blá, blá, blá... Não dar nada não ajuda em nada! Eu não acredito que alguém que pudesse ter um emprego, e dinheiro pra ter uma casa, roupas limpas, comida quente, preferiria simplesmente continuar morando na rua e comendo restos do lixo por ser “mais fácil” do que trabalhar. Mais fácil? Quem trocaria de lugar com eles?

Naquele momento, aquele mendigo me ensinou mais sobre natal que todas as propagandas de televisão têm mostrado. A mensagem de natal não é a de repartir, ser mais humano, mais solidário? Pois este homem de rua, provavelmente sem casa, sem estudo, sem emprego, me ensinou mais do que eu poderia ensiná-lo sobre solidariedade.

Eu não sei exatamente o que fazer pelas pessoas que não têm nada e que andam pela rua pedindo ajuda, mas o que eu não posso é cair no erro de me acostumar com a situação; achar normal o que não é normal... eu não acredito que algumas pessoas nasceram pra ter tudo e outras pra não ter nada; não está certo e eu quero pelo menos lembrar sempre disso e tentar ser mais solidária. Feliz natal pra todos!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Trabalhando o desapego

 
De acordo com os dicionários, desapego é sinônimo de desinteresse, indiferença e desprendimento. Trabalhar o desapego é o esforço que precisamos fazer quando saímos de um relacionamento para nos acostumarmos sem aquela pessoa. É o início de uma nova fase; é meio como começar carreira solo.

Eu faço o possível pra facilitar o meu lado; a primeira coisa é sumir com tudo que me faz lembrar da gente: guardo fotos, arquivo emails e boto certos cds e dvs de castigo por tempo indeterminado. É claro que isto não garante que não vou lembrar mais, mas pelo menos facilita um pouco.

Algumas pessoas conseguem continuar convivendo com a pessoa após o rompimento e transformar de imediato o amor em amizade. Eu não consigo! É como naquela música do Skank: "te ver e não te querer é improvável, é impossível". Pois é... pra mim, ver e não poder beijar, abraçar e saber que é meu, é como para um diabético ir a uma confeitaria e não poder comer... pra quê se torturar?

Eu também gosto de fazer pequenas mudanças no meu visual ou na minha casa; me vestir um pouco melhor, perder uns quilos (como sempre), trocar um móvel da sala, de repente mudar o cabelo... 

Uma coisa que não faço é deixar de ir a algum lugar por falta de companhia; na verdade como sempre tive longos períodos sem namorado me acostumei a ir ao cinema, shopping, happy hour com amigos e até viajar sozinha. Desapegar é desprender...
Mas quando a solidão bate, às vezes as pessoas apelam...
No ano passado eu resolvi me cadastrar num destes sites de solteiros (onde infelizmente nem todo mundo é solteiro). Recebi um milhão e meio de emails (talvez não tenha chegado a tanto). Os mais variados tipos de pessoas, todos muito interessados e cheios de elogios à minha pessoa. A grande maioria eu nem respondi. Num belo dia uma colega me perguntou se eu tinha recebido algum retorno do meu cadastro e eu contei ingenuamente: tenho recebido vários emails, mas até agora nada de bom: ou o cara é mal-humorado, fumante, depressivo, abusado, alto demais, gordo demais, enfim: nenhum despertou o meu interesse. A resposta dela caiu como um piano na minha cabeça: mas será que nenhum presta ou tu que não tá querendo encontrar ninguém! Depois de me recobrar do choque eu pensei bem e descobri que na verdade eu ainda não estava preparada; no fundo eu buscava um clone do ex (e obviamente não achei). Eu até troquei uns emails com uns caras legais mas que naquele momento só despertaram a minha amizade. Mas a experiência foi muito boa porque levantou a minha auto-estima, eu percebi que tenho qualidades suficientes pra despertar o interesse de outras pessoas e isto me fez bem. Eu vi que eu não estava sozinha porque era feia, burra, mal-humorada ou chata e nem precisava ter medo de ficar sozinha pra sempre por falta de alguém que me quisesse.

Pensando bem, ficar um tempo “avulsa” não precisa ser ruim e muito menos triste. 
O bom é aproveitar o período do desapego pra focar em nós; pensar em como somos, no que podemos melhorar e do que precisamos pra sermos felizes... Sem pressa...